"Raios de Luz"


terça-feira, 14 de maio de 2013

O Papa Bento XVI e Fátima

Durante o voo para Portugal, a 11 de Maio de 2010, o Papa Bento XVI concedeu uma entrevista na qual abordou vários assuntos, entre se destacou, inevitavelmente, o tema ‘As Aparições de Fátima’. Disse o então Sumo Pontífice:

«Uma aparição, ou seja, um impulso sobrenatural, não vem só da imaginação da pessoa, mas da realidade da Virgem Maria e do sobrenatural; que um impulso deste tipo entra num sujeito e se expressa segundo as possibilidades do sujeito. Nestas expressões, articuladas pelo sujeito, esconde-se um conteúdo que vai além, mais profundo, e somente no curso da história podemos ver toda a sua profundidade, que estava – digamos – “vestida” nesta visão possível à pessoa concreta».

As suas palavras suscitaram logo interesse na visão do chamado Terceiro Segredo de Fátima, sobre o qual o Santo Padre falou sem hesitações, explicando que essa parte do Segredo não se refere apenas a acontecimentos do passado, mas também a situações presentes e até futuras:

«Diria que, além da grande visão do sofrimento do Papa, que podemos referir ao Papa João Paulo II em primeira instância, indicam-se realidades do futuro da Igreja que se desenvolvem e se mostram paulatinamente. Por isso, é verdade que além do momento indicado na visão, fala-se, vê-se, a necessidade de uma paixão da Igreja, que naturalmente se reflecte na pessoa do Papa; mas o Papa está para a Igreja e, assim, são sofrimentos da Igreja que se anunciam».

De facto, como já vimos, Fátima está intimamente ligada ao Santo Padre e a visão do ‘Bispo vestido de branco’ que caminha vacilante, a sofrer e a rezar, à medida que passa por cadáveres de Bispos, religiosos e fiéis, até ao martírio do próprio Papa aos pés de Cruz, mostra a paixão da Igreja, os sofrimentos que se anunciam para quem quiser ser fiel à Verdade de Jesus Cristo.

«Os ataques ao Papa e à Igreja vêm não só de fora, mas os sofrimentos da Igreja vêm justamente do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja. Também isso sempre foi sabido, mas hoje o vemos de um modo realmente terrificante: que a maior perseguição da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado na Igreja, e que a Igreja, portanto, tem uma profunda necessidade de re-aprender a penitência».

É agora mais clara a afirmação do Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa há cerca de 50 anos: ‘Não foi a Igreja que impôs Fátima, mas foi Fátima que se impôs à Igreja’, precisamente porque, como vemos, desde o início que a Mensagem de Fátima se cruza com os caminhos da Igreja.

Apesar de parecer, à primeira vista, uma visão e uma mensagem catastrófica, Nossa Senhora termina com uma promessa de esperança: «Por fim, o Meu Imaculado Coração triunfará!»

E Bento XVI, na sua visita a Fátima, no final da homilia do dia 13 de Maio de 2010, mostrou que confia plenamente na promessa de Maria Santíssima e pediu o triunfo do Seu Coração Imaculado, que deve ser igualmente desejado por todos nós.
 
«Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída. Possam os sete anos que nos separam do centenário das Aparições apressar o anunciado triunfo do Coração Imaculado de Maria para glória da Santíssima Trindade!»

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