"Raios de Luz"


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Bento XV e a súplica ao Céu

Em 1917 a Primeira Guerra Mundial estava no seu auge, sem sinais de que o fim estaria próximo. Nessa altura, o Papa reinante era Bento XV e tentou, por todos os meios diplomáticos, travar o conflito e apressar a paz.

Como que esgotadas as hipóteses ‘naturais’ para o fim da guerra, Bento XV pediu a todos os cristãos que suplicassem à Virgem Mãe que concedesse a paz ao mundo, rezando que esta paz viesse somente por Ela. Numa Carta de 5 de Maio de 1917, o Papa escreve:

«A nossa voz sincera e suplicante, invocando o fim deste vasto conflito, o suicídio da Europa civilizada, foi então ignorada e assim continua a ser desse essa altura (…) Todavia, a nossa confiança não diminuiu.


Por intermédio das mãos da Santíssima Virgem, é nosso desejo que o pedido dos Seus filhos mais aflitos, mais do que nunca nesta hora terrível, se volte com viva confiança para a excelsa Mãe de Deus».


Seguidamente, Bento XVI ordenou que a invocação Rainha da Paz, rogai por nós fosse acrescentada à Ladainha de Nossa Senhora.

O mundo e o próprio Papa estavam longe de imaginar que a resposta do Céu viria apenas oito dias mais tarde, a 13 de Maio de 1917. Como é sabido, nas aparições de Fátima, Nossa Senhora afirmou por várias vezes que é preciso rezar muito, especialmente o Terço, para Deus alcance a paz para o mundo e fim da guerra. E de facto, a Primeira Grande Guerra terminou cerca de um ano depois, em 1918.

Não é exagerado, de maneira nenhuma, dizer que Fátima foi uma resposta do Céu às súplicas da Igreja! Bento XV, com todo o povo cristão, suplicou ao Céu e o Céu não tardou a responder a pedido do Sucessor de São Pedro. Ao meditar nestes factos, que aconteceram no início do séxulo XX, é quase impossível não lembrar as palavras de Jesus a Pedro, o primeiro Papa: «Tudo o que ligares na Terra, será ligado no Céu». A História confirma, com este e outros episódios, que o Papa é o verdadeiro Sumo Pontífice, aquele que faz a ponte entre os homens e Deus.

Este belíssimo exemplo mostra que a figura do Santo Padre teve, desde o princípio, um papel específico e primordial na Mensagem de Fátima, como veremos em textos que serão publicados em breve.

E porque, quase 100 anos depois, o mundo ainda se agita em convulsões, conflitos e violência, deixamos, em jeito de oração, mais um excerto da súplica de Bento XV, quando pediu a paz para o mundo por intercessão da Virgem Santíssima:


«Que um apelo amoroso e devoto se eleve de todos os cantos da terra,
dos nobres templos à capelinhas mais pequenas,
dos palácios reais e das mansões dos ricos às choupanas mais humildes,
das planícies ensopadas em sangue e dos mares,
a Maria, que é a Mãe de Misericórdia e Omnipotente pela graça.

Que se elevem a Ela os gritos de angústia das mães e das esposas,
os choros dos pequeninos inocentes,
os suspiros de todos os corações generosos,
para que a Sua solicitude, tão terna e benigna,
seja tocada e que seja concedida ao nosso mundo agitado
a paz que desejamos».

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