"Raios de Luz"


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O risco de uma má interpretação das palavras do Papa

O Papa e Padre Antonio Spadaro
Foi publicada ontem, dia 19 de Setembro, uma entrevista feita ao Papa Francisco por um padre Jesuíta e divulgada em muitos meios de comunicação social.

O Santo Padre falou sobre vários temas, uns mais polémicos que outros, merecendo grande destaque na comunicação social, mas tudo o que disse fê-lo submetido à Doutrina da Igreja. Não é a primeira vez que um Papa diz uma coisa e a imprensa transmite outra, de acordo com os desejos do mundo, como se uma entrevista fosse um acto infalível do Magistério e na qual o Papa determinaria mudanças na Doutrina da Igreja.

A entrevista pode ser lida na íntegra aqui. São palavras belas e que devem ser lidas no contexto em que foram ditas e tendo em conta o que afirma o Catecismo da Igreja Católica [CIC] – como o própria Papa refere - principalmente no que respeita:

Ao aborto: «A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canónica de excomunhão este delito contra a vida humana, não manifestando a Igreja, com esta pena, falta de misericórdia. Manifesta, isso sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.» [CIC, parágrafo 2272];

Às uniões homossexuais:  «Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os seus filhos uma família. Esta disposição precede todo e qualquer reconhecimento por parte da autoridade pública e impõe-se a ela. Entre os pecados gravemente contrários à castidade, devem citar-se: a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais» [CIC, parágrafo 2202 e 2396];

Ao uso de métodos contraceptivos: «A regulação dos nascimentos representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização directa ou a contracepção)». [CIC, parágrafo 2399];


Estes temas, apesar de apregoados pela imprensa como passíveis de mudança, não são possíveis de ser mudados, pois a Fé e a Doutrina da Igreja não é passível de ser alterada.

O Santo Padre refere na entrevista a um caso concreto de uma mulher que, não tendo um casamento feliz e uma vida nada fácil, abortou e arrependeu-se. Ora, a posição da Igreja não pode ser outra que não a de misericórdia!

Num outro ponto da entrevista, o Papa fala sobre a homossexualidade nestes termos: «Na vida, Deus acompanha as pessoas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua condição. É preciso acompanhar com misericórdia. Quando isto acontece, o Espírito Santo inspira o sacerdote a dizer a coisa mais apropriada».

Ora, o Papa está apenas a repetir o Catecismo, no parágrafo 2358 e não a legitimar o pecado grave: «Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza».


Rezemos pelo Papa e pela Igreja que cada vez mais é incompreendida e a sua mensagem de salvação deturpada, sacrificando-se a verdade de Jesus em prol dos pensamentos e desejos mundanos!

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