"Raios de Luz"


sexta-feira, 16 de março de 2012

"Para que todo o que n'Ele acredita tenha a vida eterna"

No Evangelho deste IV Domingo da Quaresma,  São João pretende apresentar e dizer quem é Jesus. Depois de ter dito a Nicodemos que não basta reconhecer a Sua autoridade mas que é necessário reconhecer que Ele é o enviado de Deus e que há que nascer de novo pela água e pelo espírito, Jesus começa a falar do projecto da salvação divina que se realiza n'Ele e por Ele, precisamente no Seu acto de oferecimento ao Pai, por nós, na Cruz.

Jesus, no início do Evangelho começa por afirmar: “Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do Homem será elevado, para que todo aquele que n'Ele acredita tenha a vida eterna”.  A serpente de bronze elevada por Moisés no deserto foi um instrumento de salvação porque todos aqueles que eram mordidos, ao olharem para a serpente de bronze, eram curados. A serpente de bronze levantada é uma prefiguração da força salvífica que se derrama da cruz de Cristo, levantada no Monte Calvário.

Na verdade, ao contemplarmos a Cruz de Cristo descobrimos o mal de que padecemos e o remédio que necessitamos. Descobrimos e tomamos consciência de que foram (e são) os nossos pecados que O levaram a imolar-Se, mas também descobrimos o amor de Deus por cada um de nós: “Deus amou tanto o mundo , que entregou o Seu Filho Unigénito, para que sejamos salvos” (Jo 3, 16).

A esta oferta de amor, o homem é chamado a dar uma resposta. A salvação é um dom que Deus nos oferece, mas Ele respeita a liberdade de cada um. Cabe-nos aceitar este dom e vivê-lo ou rejeitá-lo. E esta escolha é uma escolha que vamos fazendo todos os dias.

Muitas vezes, as escolhas que fazemos não são as correctas, nem aquelas que Deus tem no Seu projecto para cada um de nós. Mas mesmo assim, Ele continua a amar-nos e a indicar-nos o bom caminho, que a Ele conduz.

É certo que devemos evitar cair em tentação - e isso pedimos todos os dias no Pai-Nosso - mas Deus sabe quão frágil é a matéria de que somos feitos e, por isso, mostra-nos o exemplo de Jesus a caminho do Calvário, que cai por três vezes e por três vezes Se levanta, ensinando-nos que o maior mal não está em cair no pecado, mas sim em recusar levantar-nos para uma nova vida, em que nos propomos a fazer tudo por tudo para não voltar a cair.

Se assim procedermos, não viveremos assustados com o momento em que Deus nos chamar à Sua presença e pedir contas sobre como vivemos a nossa Fé neste mundo e como praticamos as nossas obras. Sabemos que Deus é o Pai Misericordioso que convida todos os Seus filhos para com Ele viverem no Céu e que nos dá as graças necessárias para que nos salvemos .

Tenhamos sempre presente que não é Deus que nos condena; somos nós que escolhemos entre aceitar a Vida Eterna que Ele nos oferece ou condenarmo-nos a nós próprios a uma infeliz eternidade de "choro e ranger de dentes" (Mt 13, 50), ao desprezar neste mundo os méritos da Paixão e Morte de jesus, pelos quais nos tornámos dignos da glória do Céu.



Cânticos para o IV Domingo da Quaresma

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