Quando uma mãe assiste à morte de
seu filho, sem dúvida que ela sente e sofre bastante com isso. Mas quando o
filho atormentado, já morto, deve ser sepultado e a aflita mãe despedir-se dele
com o pensamento de não mais o tornar a ver é uma dor que excede todas as
dores. Foi esta a última dor que trespassou o Coração aflito de Maria
Santíssima.
Neste dia em que a Igreja aguarda
na expectativa da Ressurreição Gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo, voltemos
ao Calvário de forma a observar atentamente a dor de Maria, que ainda com o
corpo de Jesus nos braços, se consome de dor ao beijar-lhe as chagas.
Os discípulos de forma a pouparem
a Virgem Maria de tão grande dor, prepararam o necessário para colocar Jesus no
sepulcro. Envolvido num sudário e embalsamado com aromas, carregam o corpo de
Jesus até ao sepulcro novo cavado na rocha. De certo que as mulheres seguiam
atentamente o cortejo e entre elas, a Mãe Santíssima com o Coração trespassado,
acompanhando o Filho à sepultura.
Depois de colocado o corpo no
sepulcro novo, os discípulos rolam a pedra para a entrada e assim encerram o
corpo de Jesus, naquela terra.
Diz São Boaventura que a Divina
Mãe, antes de deixar o sepulcro, abençoou aquela sagrada pedra e assim, dando o
Seu último adeus ao Filho, volta para casa, deixando o Seu coração sepultado
com Jesus.
E nós? Onde termos o nosso
coração sepultado? Será que o sepultamos nos bens do mundo, nos interesses, no
lodo do pecado? «Porque é que não sepultamos o nosso coração com Jesus que
depois de morto e ressuscitado não quis ficar morto mas no Santíssimo
Sacramento do altar para assim ter consigo todos os nossos corações?», diz-nos
Santo Afonso.
Procuremos imitar Maria nas
nossas vidas. Encerremos o nosso coração, como fez Maria, no santo Tabernáculo
para não mais o tirar de lá. Coloquemo-nos em espírito com a Mãe Dolorosa junto
do sepulcro de Jesus e unamos os nossos afectos com os de Maria e digamos com
amor:
«Ó meu Jesus sepultado, beijo a pedra que Vos encerra. Vós que
ressuscitastes ao terceiro dia, fazei que, pelos méritos da Vossa Gloriosa
Ressurreição, no último dia também eu ressuscite convosco na glória, para estar
sempre unido a Vós no céu, para Vos louvar e adorar eternamente».
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