A Liturgia deste Domingo, o IV da Quaresma, marca o início de uma "segunda
parte" deste tempo Santo. A antífona de entrada desta Missa resume um
pouco o tema central da liturgia deste Domingo
Laetare: “Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que
estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas
consolações!”
A meio da Quaresma a Igreja convida e é convidada a reunir todos os seus
membros para celebrar com alegria e de coração, o memorial da Paixão e Morte de Jesus e respectiva
Redenção. Não se trata de viver as solenidades Pascais com uma alegria desregrada mas sim com a alegria trazida pela Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho deste Domingo, do evangelista São Lucas traz-nos à memória a
Parábola do Filho Pródigo, uma 'história' já tantas vezes escutada e meditada mas
que tem sempre algo de novo a dizer-nos e que nos aponta qual deve ser a nossa
atitude face aos erros e que demonstra a grandiosidade do amor de Deus por cada
um de nós.
Poderemos pois começar por perceber quem são, ou quem podem ser as
diferentes personagens desta parábola que Jesus contou aos publicanos que d'Ele
se aproximavam e também aos escribas e fariseus que se julgavam melhores que os
outros.
O Pai que Jesus refere na parábola é o Seu próprio Pai, Deus
todo-poderoso. No que se refere aos dois filhos, o mais novo que sem juízo
deixou o Pai, largou tudo, pensando poder ser feliz por si mesmo, longe de
Deus, procurando uma liberdade que não passava de ilusão.
Ao falar para os escribas e fariseus, Jesus queria que eles se revissem
na personagem do filho mais velho. Este representa os que pensam que estão em
ordem com o Pai e não lhe devem nada, são os que se acham no direito de pensar
que são melhores todos os outros e, por isso, merecem a salvação.
Quem somos nós nesta parábola? Somos o filho mais novo, que vivemos num
mundo actual que rejeita Deus e acabamos por nos deixar ir atrás das correntes
e dos pensamentos, deixando, no nosso dia-a-dia, nos nossos ambientes de estudo
e de trabalho, apagar a chama da fé e acabando por colocar Deus em segundo
plano?
Ou será que somos como o filho mais velho que negou a misericórdia, e
vamos negando o perdão, e enchendo-nos de raiva pela bondade que Deus tem pelos
pecadores e que n´so também deveríamos ter para com aqueles que nos ofendem?
Estamos sensivelmente a meio do Tempo Santo da Quaresma. Procuremos
preparar o nosso coração e abeirarmo-nos do Pai Misericordioso, através do
Sacramento da Penitência, fazendo como o filho que volta ao Pai, de coração
contrito e marcado pelo pecado.
Peçamos perdão a Deus e procuremos, perdoar os nossos irmãos.
Confiemo-nos à protecção de Maria Santíssima, que Ela, o Doce Coração, faça com
que o nosso coração seja semelhante àquele que tanto amou Nosso Senhor Jesus
Cristo.
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