Vendo que tinham falhado as
tentativas de libertar Jesus, Pilatos convoca os judeus e diz-lhes: "Apresentastes-me
este homem como um agitador; não encontro nele culpa alguma, tal como Herodes
também não encontrou. Todavia, para vos contentar, mandarei castigá-lo e depois
mandá-lo-ei embora"
A propósito desta inocente
condenação, Santo Afonso Maria Ligório pergunta: «mas qual é o castigo, ó Pilatos, a quem condenas este inocente? Vais
condená-l'O a ser açoitado? A um inocente infliges com uma pena tão cruel e
vergonhosa?»
Tunc ergo apprenhendit Pilatus
Iesum, et flagellavit
«Então
Pilatos tomou Jesus e mandou que O açoitassem».
Contemplemos a forma como, depois
de uma ordem tão injusta, os algozes agarram Jesus, e entre gritos e alaridos o
levam ao Pretório e o prendem a uma coluna. E Jesus, que faz Jesus? Humilde e
submisso, aceita os nossos por nossos pecados o tormento. Muitas dezenas de
chicotadas Lhe são aplicadas.
São os nossos pecados que são
cravados nas costas e no peito do Redentor. Cada chicotada terminada em pontas
de ferro que cruelmente fere a Nosso Senhor são as vezes que O negamos, as
vezes que desprezamos os outros e que cruelmente, fazemos mal aos mais pobres e
aos oprimidos.
Por certo, já muitas vezes 'chicoteamos'
Jesus. Quantas vezes preferimos o pecado? Quantas vezes lhe virámos as costas
achando que somos capazes de viver sem Deus? Uma a uma, as dezenas de
chicotadas que os algozes proferem contra Jesus, são os nossos pecados que
diariamente são feitos contra o Sacratíssimo Coração do Manso Cordeiro.
«Ó minha alma, queres ser do número daqueles que indiferentes contempla
Jesus açoitado? Considera a dor, e mais ainda o amor com que o teu Dulcíssimo
Senhor padece por ti tão grande suplício. Com certeza, entre os açoites, Jesus
pensava em ti! Se Ele tivesse sofrido por amor de ti um só golpe, já devias
estar abrasado de amor para com Ele.»
O corpo de Jesus começa a sangrar
por toda a parte. Numa palavra, Jesus é reduzido a uma estado tão lastimável
que parece um leproso coberto de chagas. Mas para que tudo isso? Para nos
livrar dos suplícios eternos.
«Ah, meu Jesus, meu Cordeiro Inocente! Os algozes não só Vos tiram a
lã, como a pele e a carne. É esse o Baptismo de sangue pelo qual suspirastes durante
toda a vida. Meu Senhor, como poderei duvidar do Vosso amor, vendo-Vos ferido e
dilacerado por meu amor? Cada chaga é uma prova inegável do afecto que me
tendes. (...) Aceitai-me e ajudai-me a ser-Vos fiel.»
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