"Raios de Luz"


terça-feira, 26 de março de 2013

Meditações para a Semana Santa: Jesus é açoitado


Vendo que tinham falhado as tentativas de libertar Jesus, Pilatos convoca os judeus e diz-lhes: "Apresentastes-me este homem como um agitador; não encontro nele culpa alguma, tal como Herodes também não encontrou. Todavia, para vos contentar, mandarei castigá-lo e depois mandá-lo-ei embora"

A propósito desta inocente condenação, Santo Afonso Maria Ligório pergunta: «mas qual é o castigo, ó Pilatos, a quem condenas este inocente? Vais condená-l'O a ser açoitado? A um inocente infliges com uma pena tão cruel e vergonhosa?»


Tunc ergo apprenhendit Pilatus Iesum, et flagellavit 
 «Então Pilatos tomou Jesus e mandou que O açoitassem».

Contemplemos a forma como, depois de uma ordem tão injusta, os algozes agarram Jesus, e entre gritos e alaridos o levam ao Pretório e o prendem a uma coluna. E Jesus, que faz Jesus? Humilde e submisso, aceita os nossos por nossos pecados o tormento. Muitas dezenas de chicotadas Lhe são aplicadas.

São os nossos pecados que são cravados nas costas e no peito do Redentor. Cada chicotada terminada em pontas de ferro que cruelmente fere a Nosso Senhor são as vezes que O negamos, as vezes que desprezamos os outros e que cruelmente, fazemos mal aos mais pobres e aos oprimidos.

Por certo, já muitas vezes 'chicoteamos' Jesus. Quantas vezes preferimos o pecado? Quantas vezes lhe virámos as costas achando que somos capazes de viver sem Deus? Uma a uma, as dezenas de chicotadas que os algozes proferem contra Jesus, são os nossos pecados que diariamente são feitos contra o Sacratíssimo Coração do Manso Cordeiro.

«Ó minha alma, queres ser do número daqueles que indiferentes contempla Jesus açoitado? Considera a dor, e mais ainda o amor com que o teu Dulcíssimo Senhor padece por ti tão grande suplício. Com certeza, entre os açoites, Jesus pensava em ti! Se Ele tivesse sofrido por amor de ti um só golpe, já devias estar abrasado de amor para com Ele.»

O corpo de Jesus começa a sangrar por toda a parte. Numa palavra, Jesus é reduzido a uma estado tão lastimável que parece um leproso coberto de chagas. Mas para que tudo isso? Para nos livrar dos suplícios eternos.

«Ah, meu Jesus, meu Cordeiro Inocente! Os algozes não só Vos tiram a lã, como a pele e a carne. É esse o Baptismo de sangue pelo qual suspirastes durante toda a vida. Meu Senhor, como poderei duvidar do Vosso amor, vendo-Vos ferido e dilacerado por meu amor? Cada chaga é uma prova inegável do afecto que me tendes. (...) Aceitai-me e ajudai-me a ser-Vos fiel.» 


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