"Raios de Luz"


quarta-feira, 27 de março de 2013

Meditações para a Semana Santa: Jesus é coroado de espinhos


Nesta quarta-feira da Semana Santa, contemplemos os outros bárbaros suplícios que os soldados infligiram a Nosso Senhor já tão atormentado. Como afirma São João Crisóstomo, subordinados pelo dinheiro dos judeus, reúnem ao redor de Jesus toda a corte, põem-lhe aos ombros um manto escarlate como que a servir de manto real, nas mãos uma cana a servir de ceptro e sobre a cabeça um feixe de espinhos a servir de coroa.

Oh meu Jesus e meu rei! Quanto sofrestes Vós nas mãos dos algozes. Já não bastavam os açoites e a condenação, como ainda Vos escarneceram e troçaram de Vós!

Os espinhos da coroa eram carregados sobre a cabeça de Jesus, com a força das mãos dos malfeitores e cravavam-se-Lhe na Sua Sagrada Face. Gotas de Sangue escorriam no rosto de Jesus. Imaginemos o quanto sofreu o nosso Salvador com aqueles espinhos todos a perfurarem-lhe a testa e a cabeça.

Mas como, para os soldados, isso não bastava, ainda pegaram na cana que 'servia de ceptro' e enquanto O escarravam o rosto, batiam-lhe também no rosto com toda a força sobre a cruel coroa e rios de sangue corriam da cabeça ferida até ao resto do corpo.

Santo Afonso, ao meditar nestes momentos da vida de Jesus, exclama: «Minha alma, prostra-te aos pés do teu Senhor coroado; detesta os teus consentimentos pecaminosos, e roga-Lhe para que, também a ti, te trespasse um daqueles espinhos, consagrados pelo Seu Preciosíssimo Sangue, a fim de que não O voltes a ofender».

Voltando outra vez Jesus ao Pretório de Pilatos, depois da flagelação e da coroação de espinhos, este, ao vê-lo todo dilacerado e  desfigurado, pensou em como comover o povo à compaixão e apresentou-O ao povo dizendo: "Ecce homo" - Eis o Homem.  E nós? Como nos deteríamos diante de tão triste espectáculo? Como reagiríamos ao ver Jesus naquele estado diante de nós? De certo faríamos como Pilatos e lavaríamos as mãos. Quantas vezes os nossos pecados ferem o coração dilacerado de Jesus e não nos importa a forma como Ele é escarnecido e maltratado?

«Ah, Meu Jesus! Quantos papéis de teatro Vos fizeram os homens representar, mas todos eles de dor e ignomínia! Ó dulcíssimo Redentor, não encontraste compaixão diante daqueles homens atrozes!»

Também nós, quando ferimos Jesus com os nossos pecados dizemos-Lhe, como disseram os judeus, «crucifica-O, crucifica-O». Hoje, detenhamo-nos no arrependimento dos nossos pecados, mais do que todos os outros males que afligem a nossa alma, e procuremos fazer nossas as palavras de Santo Afonso: «Amo-Vos sobre todas as coisas, ó Deus da minha alma. Perdoai-me pelos merecimentos da Vossa Paixão. Ó Mãe das Dores, fazei que no dia do juízo, eu seja salvo pelo Vosso Filho!».


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