Na tarde do passado sábado da
Paixão (dia antes do Domingo de Ramos), a JMV Sobreiro meditou na Via Sacra
juntamente com a comunidade. Ao anoitecer, em clima de recolhimento e oração,
foram representadas as catorze estações que relembram o caminho que Jesus fez
desde que foi condenado à morte até à Sua sepultura.
Subimos com Jesus ao Calvário e
meditámos no Seu sofrimento, descobrindo como é profundo o amor que Ele teve e
tem por nós. O objectivo foi que todos os presentes não tivessem apenas umas
'simples compaixão', mas sim que todos se sentissem participantes do sofrimento
de Jesus, acompanhando o nosso mestre e compartilhando a Sua Paixão na nossa
vida, na vida da Igreja e na do mundo.
Ao longo da Oração da Via Sacra,
recordamos como Jesus, manso e humilde de coração é tratado como um dos
maiores criminosos do Seu tempo. É humilhado, maltratado, cuspido e, por fim,
é-lhe colocado o pesado madeiro aos ombros. A juntar ao peso físico da cruz,
está o peso dos pecados de toda a humanidade. Ele quer carregá-los, quer tomar
sobre Si as nossas faltas, para delas nos libertar. Quanto amor! Quanto amor
Jesus tem por nós, que tudo suporta, ao ponto de sofrer tanto e dar a vida
pelos que ama!
Recordamos também o encontro de Jesus com Sua Mãe, com as mulheres de Jerusalém que tristemente choram por ver o Messias carregando a cruz às costas, coberto de chagas; e com Verónica, a mulher que corre para lhe limpar o rosto. Quanto amor está presente neste gesto. Uma simples mulher acorre para limpar a sagrada face de Jesus, todas as gotas de sangue que escorrem por nosso amor são embebidas pelo pano de Verónica.
Ao chegar ao Calvário Jesus é
pregado na cruz. Longos e duros pregos perfuram a Sua Carne. O Seu sangue
escorre pelo corpo, já totalmente desfigurado… Uma tortura tremenda. Uma dor
imensa! E enquanto está suspenso na cruz, muitos são aqueles que O escarnecem e
provocam dizendo: “Salvou os outros e não
se pode salvar?!" ... Assim foi escarnecida não somente a Sua pessoa,
mas também a sua missão de salvação, aquela missão que Jesus estava
precisamente a cumprir, cravado na Cruz.
Mas, no Seu íntimo, Jesus conhece
um sofrimento incomparavelmente maior, que lhe faz irromper num grito: “Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonastes?” . Quantas vezes, no meio de uma provação, pensamos que fomos
esquecidos ou abandonados por Deus. Ou somos tentados a concluir que Deus não
existe?
Ao som de bonitos cânticos foram
intercaladas as catorze estações da Via-Sacra. Por fim, Jesus é descido da
cruz. Prontos a acolhê-lo estão os Imaculados braços de Sua Mãe. O corpo frio
de Jesus, com o Seu rosto desfigurado repousa nos braços carinhosos desta Mãe
Dolorosa, que chora de tristeza e amargura, depois de ter assistido à agonia e
à morte de Seu Filho.
Com a pedra que fecha a entrada
do túmulo, tudo parece verdadeiramente terminado. Porém, poderia permanecer
prisioneiro da morte o Autor da vida? Recolhidos em oração, Maria e os
Apóstolos, em silêncio, oferecem a sua dor a Deus. Confiam sempre. Mesmo na
noite mais escura, como foi esta que se seguiu à morte de Jesus, eles confiam…
Acreditam… Esperam…
Diante do túmulo de Jesus, também
nós nos detivemos em oração. Mais do que uma mera representação de passagens
bíblicas e da tradição da Igreja, este fim de tarde foi um momento de oração
profundo. Cada um dos presentes tomou consciência que foi por seu amor que Jesus
sofreu e foi crucificado. Foi para a salvação das nossas almas que o Divino
Sangue do Redentor foi derramado sob o madeiro da cruz.
Com a Virgem Santíssima, Senhora
das Dores, procuremos viver estes últimos dias que nos separam no mistério
Pascal, com o coração arrependido e contrito. Procuremos também, durante a Semana Santa criar em nós o desejo de amar a Jesus,
Manso e Humilde Cordeiro que derramou o Seu sangue por nós no Calvário.
Que a meditação na Via-Sacra nos ajude a perceber o quão importante foi a Paixão e Morte de Jesus. Pelas Suas chagas fomos curados, pelo Seu sangue fomos remidos e pela Sua morte, fomos salvos.
Que a meditação na Via-Sacra nos ajude a perceber o quão importante foi a Paixão e Morte de Jesus. Pelas Suas chagas fomos curados, pelo Seu sangue fomos remidos e pela Sua morte, fomos salvos.
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