O Evangelho relata uma
confrontação feita a Jesus na qual questionam se a desgraça é castigo de Deus.
O texto fala de dois acontecimentos trágicos daqueles dias: a matança de
Pilatos e a queda da torre de Siloé com a qual morreram 18 homens.
Jesus não concorda que a desgraça
é sinal do castigo de Deus, pelo contrário, afirma que os momentos difíceis nos
quais o homem é provado não é mais do que um apelo de conversão. Respondendo às
perguntas Jesus afirma «Julgais que, por
terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os
outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos
do mesmo modo.»
A conversão de que nos fala o Evangelho não é apenas uma
penitência externa, ou um simples arrependimento dos pecados mas sim é um convite à mudança de vida, de
mentalidade, de atitudes, de forma a que Deus e os seus valores passem a estar
em primeiro lugar. A Conversão que todos os anos nos é pedida no Tempo Santo da
Quaresma não é mais do que abraçar a Cruz!
Não existe verdadeira conversão,
nem autêntico seguimento do Senhor sem a Cruz. As palavras de Jesus Cristo são
tão actuais quando foram proferidas como hoje e por todos os tempos. Quem não
carrega a sua cruz e segue Jesus não pode ser seu discípulo.
Carregar a Cruz é aceitar a dor e
as contrariedades que Deus permite para nossa purificação, cumprindo com
esforço os deveres próprios e assumindo voluntariamente a mortificação cristã.
O Papa Emérito, Bento XVI,
afirmou: “converter-se significa não
viver como todos os outros, não fazer o que toda a gente faz, não se sentir
justificado fazendo ações duvidosas, ambíguas ou más pelo facto de que outros
assim procedem; começar a olhar a própria vida com os olhos de Deus e assim procurar
o bem, mesmo se isto contesta a sociedade."
Nos nossos dias, não é bem vista
pela sociedade, uma conversão de coração e consciente. O tempo em que vivemos
está fortemente marcado por uma cultura de pecado, de negação de Deus. Cabe-nos
a nós, enquanto católicos, aproveitar este tempo que a Santa Igreja nos dá,
para em primeiro lugar converter o nosso coração e a nossa vida, e com o
auxílio de Maria Santíssima, ir ao encontro dos outros e fazer presente o lema
que Ela nos deixou: «Fazei tudo o que Ele
vos disser».
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