Na tarde da Paixão, temendo a Mãe
dolorosa que depois do ultraje da morte de Seu amado Filho, fossem feitas injúrias
ao Seu corpo, pede a José de Arimateia que obtivesse de Pilatos o corpo de
Jesus, a fim de que, ao menos morto, o pudesse guardar e livrar dos ultrajes.
Diz-nos Santo Anselmo que, tomado
por compaixão pela Virgem Dolorosa, José foi ter com Pilatos e pediu-lhe que
deixasse retirar o corpo de Jesus. E eis que descem Jesus da cruz.
Foi revelado a Santa Brígida que
para o descimento, encostaram à cruz três escadas. Primeiro, os discípulos
despregaram as mãos e depois os pés, sendo os cravos entregues a Maria. Depois,
segurando um o corpo de Jesus por cima e o outro por baixo, desceram-no da
cruz.
À Sua espera estavam os braços abertos
da Santíssima Virgem Maria cujo coração tinha acabado de ser trespassado com a
morte de Seu Filho e seria trespassado ainda quando O recebesse em Seus braços.
O corpo de Jesus, deposto nos
braços de Maria, está coberto de sangue. A Sua santa cabeça está marcada pelos
espinhos que lhe serviram de coroa e as Suas santas mãos e pés estão
perfurados.
«Ah Meu amado Filho! A que estado te reduziu o amor para com os homens!
Que mal fizeste para assim te maltratarem? Ó espinhos cruéis, cravos atrozes e
bárbara lança, como pudestes tratar assim o vosso criador?»
A Mãe amargurada, junto à cruz,
com Seu Filho nos braços chora pelos pecadores. Quais cravos e quais espinhos?
As dores que Jesus sentiu, o sofrimento que causaram no Seu Corpo foram os
pecados da Humanidade inteira que foi redimida pelo Seu sangue.
«O Virgem Santíssima, depois que Vós, com tanto amor destes o Vosso
Filho ao mundo para a nossa salvação, eis que o colocamos assim em Vossos
braços»
A Virgem Maria sofreu com a morte
de Seu Filho e continua a sofrer com os pecados que continuamente proferimos
contra o fruto das Suas entranhas. Não continuemos pois a atormentar esta
Dolorosa Mãe, e se no passado nós também a temos afligido com as nossas culpas,
façamos o que Ela mesmo nos diz: «Pecadores,
voltai ao coração ferido do Meu Jesus, voltai arrependidos e Ele vos acolherá»
- revelação feita pela Santíssima Virgem a Santa Brígida.
Terminamos a nossa meditação com
mais uma oração de Santo Afonso que provém da tomada de consciência das dores
de Maria:
«Ó Virgem Dolorosa, ó alma grande nas virtudes e grande também nas
dores, pois tanto umas como outras nascem do amor que tendes para com Deus. Ah,
minha Mãe! Tende piedade de mim, que não tenho amado Deus e O tenho ofendido.
Nas Vossas dores medito e tenho confiança no perdão de Deus. Ó Maria, Vós que
consolais a todos, consolai-me também a mim».
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