"Raios de Luz"


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sexta-Feira da Paixão do Senhor



“A Paixão de Cristo é suficiente para ser o modelo de toda a nossa vida”.

É assim que Santo Agostinho nos mostra que quem quer ser perfeito na vida, basta que aprenda a lição da Cruz, pois nenhum exemplo de virtude deixa de estar presente na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Se nela buscamos um exemplo de caridade - ninguém tem maior caridade do que Aquele que dá a Sua vida pelos amigos (Jo 15,13). Já que Cristo entregou a Sua vida por nós, não devemos nós suportar toda a espécie de sacrifícios e sofrimentos por Ele e pela Sua Igreja?

Se procurarmos na Cruz um exemplo de paciência – contemplemos Cristo na cruz, a suportar os males que poderia ter evitado, mas não evitou, para que fôssemos salvo por esse Santo Madeiro: “julgais que não posso rogar a Meu Pai e que Ele logo não Me envie mais que doze legiões de Anjos?” (Mt 26,53). Imitemos esta paciência nas nossas dificuldades e angústias, pois também elas foram carregadas por Cristo até ao Calvário e oferecidas ao Pai no Seu sacrifício de amor.

Se desejarmos ver na Cruz um exemplo de humildade – basta-nos olhar para o crucifixo. O próprio Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer. O Criador quis morrer pelas Suas criaturas; Aquele que dá a vida aos Anjos, pelo homem, fez-se obediente até à morte e morte de Cruz (Fil 2,8).

Se queremos ver na Cruz um modelo de obediência – olhemos para Aquele que Se fez obediente ao Pai, até à morte. Assim como pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores; também pela obediência de um só homem, muitos se tornaram justos (Rom 5,19).

Se na Cruz procuramos um exemplo de desprezo das coisas terrenas - sigamos Aquele que é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, no qual estão os tesouros da sabedoria, mas que na Cruz aparece nu, ridicularizado, escarrado, flagelado, coroado de espinhos e, finalmente, morto.

Neste madeiro, Ele expira cheio de dores, desprezado como o homem mais vil do mundo, escarnecido como falso profeta, blasfemado como impostor sacrílego, por haver dito que era Filho de Deus. É tratado e condenado a morrer como o mais violento criminoso.

Sacrificando a Sua vida pela salvação dos homens, Jesus completou o grande sacrifício da Cruz e concluiu a obra da redenção do género humano: Jesus Cristo, com a Sua morte, tirou o horror à nossa morte, porque lhe dá um sentido. A Sua morte é a nossa vida. 

Fontes: 
- São Tomás de Aquino, in “Exposição sobre o Credo”;
- Santo Afonso Maria de Ligório,  in “A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo”

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