"Raios de Luz"


terça-feira, 8 de abril de 2014

Os instrumentos da Paixão – A coluna e o flagelo

«Bateram em Nosso Senhor com os punhos e com cordas, apesar de não lhes opor resistência alguma, arrastaram-nO com brutalidade furiosa, até à coluna da flagelação. Tiraram-Lhe o manto derrisório de Herodes e quase deitaram o nosso Salvador por terra. Jesus trepidava e tremia diante da coluna. Ele mesmo se apressou a despir a roupa, com as mãos inchadas e ensanguentadas pelas cordas, enquanto os carrascos O empurravam e puxavam.

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Orava de um modo comovente e volveu a cabeça por um momento para a Mãe Santíssima e disse, voltando-se para a coluna, porque O obrigaram a despir-se também do pano que lhe cingia os rins: "Desvia os teus olhos de mim.". Percebi que Maria as entendeu; pois vi-a nesse momento desviar o rosto e cair sem sentidos nos braços das santas mulheres. Então abraçou Jesus a coluna e os algozes ataram-Lhe as mãos levantadas à argola de cima; puxaram-Lhe assim todo o corpo para cima, de modo que os pés, amarrados em baixo à coluna, quase não tocavam no chão. O Santo dos Santos estava cruelmente estendido sobre a coluna dos malfeitores, em ignominiosa nudez e indescritível angústia e dois dos homens furiosos começaram a flagelar-Lhe todo o santo corpo, da cabeça aos pés. (…)



Os violentos golpes rasgaram todos os traumatismos do santo corpo de Jesus; o sangue regou o chão, em redor da coluna e salpicou os braços dos carrascos. Jesus gemia, rezava, torcia-se de dor. Os dois seguintes carrascos bateram em Jesus com flagelos: eram curtas correntes ou correias, fixas num cabo, cujas extremidades estavam munidas de ganchos de ferro, que arrancavam, a cada golpe, pedaços de pele e carne das costas. Mas a crueldade dos carrascos ainda não estava satisfeita; desprenderam Jesus e amarraram-nO de novo, mas com as costas viradas para a coluna. Como, porém, não podia manter-se em pé, passaram-Lhe cordas finas sobre o peito e sob os braços e debaixo dos joelhos, amarrando-O assim todo à coluna. Todo o corpo sagrado se Lhe contraia dolorosamente, as chagas e o sangue cobriam-Lhe a nudez».


Dos Escritos da Beata Anna Katharina Emmerich

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