«Jesus, imagem viva da dor, foi estendido pelos carrascos
sobre a cruz; Ele próprio se sentou sobre ela e eles brutalmente O deitaram de
costas. Colocaram-Lhe a mão direita sobre o orifício do prego, no braço direito
da cruz e aí lhe amarraram o braço. Um deles se ajoelhou sobre o santo peito,
enquanto outro lhe segurava a mão, que se estava contraindo e um terceiro
colocou o cravo grosso e comprido, com a ponta limada, sobre essa mão cheia de
bênção e cravou-o nela, com violentas pancadas de um martelo de ferro.
Depois de terem pregado a mão direita de Nosso Senhor, viram
os crucificadores que a mão esquerda, que tinham também amarrado ao braço da
cruz, não chegava até o orifício do cravo, que tinham perfurado a duas
polegadas distante das pontas dos dedos. Por isso ataram uma corda ao braço
esquerdo do Salvador e, apoiando os pés sobre a cruz, puxaram a toda força, até
que a mão chegou ao orifício do cravo. Jesus dava gemidos tocantes (…).
Todo o corpo de nosso Salvador tinha-se contraído para o
alto da cruz, pela violenta extensão dos braços e os joelhos tinham-se-Lhe
dobrado. Os carrascos lançaram-se então sobre esses e, por meio de cordas,
amarraram-nos ao tronco da cruz; mas pela posição errada dos orifícios dos
cravos, os pés ficavam longe da peça de madeira que os devia suportar. Tinham-Lhe
amarrado também o peito e os braços, para os pregos não rasgarem as mãos; o
ventre encolheu-se-Lhe inteiramente, as costelas pareciam a ponto de destacar-se
do esterno. Foi uma tortura horrorosa.
Contei 36 golpes de martelo, no meio dos gemidos claros e
penetrantes do pobre Salvador; as vozes em redor, que proferiam insultos e
maldições, pareciam-me sombrias e sinistras».
Dos Escritos da Beata Anna Katharina Emmerich
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