Imagem de S. João de Deus venerada na Achada |
Lembramos hoje a Festa Litúrgica
de São João de Deus, padroeiro na nossa Comunidade-Irmã,
a Achada e também apelidado de patrono dos hospitais pela sua grande obra de
caridade e serviço aos doentes.
João Cidade nasceu em Évora em
1495 e com oito anos fugiu de casa e foi para Espanha, tendo cuidado de
rebanhos e mais tarde tornando-se soldado, ao lado de Carlos V.
A dada altura da sua vida, João
decidiu ir morar em Granada e lá abriu um pequeno negócio de livros, sendo que,
ao mesmo tempo, passou a ouvir o grande santo pregador São João de Ávila, que
no Espírito Santo suscitou a conversão radical deste santo que hoje recordamos.
Do encontro com Cristo, começou a sua aventura que consistiu em construir com
Cristo uma história de santidade.
Renunciou a si mesmo, assumiu a
cruz e colocou-se radicalmente nos caminhos de Jesus, tendo ajudado por
diversas vezes a distribuir os bens aos pobres, tendo mais tarde fundado um
hospital para doentes metais.
Como tudo concorre para o bem dos
que amam a Deus, diante do tratamento desumano que naquela época era dado para
os pobres e doentes mentais, o Senhor suscitou no coração de João o carisma
para lidar com os doentes na caridade e gratuidade.
Detenhamo-nos numa das cartas
deste Santo Português que compõem hoje o Ofício de Leitura previsto para esta
festa litúrgica e aprendamos com o seu exemplo, a amar os mais pobres e
doentes:
«Cristo é fiel e tudo provê,
Se consideramos atentamente a
misericórdia de Deus, nunca deixaremos de fazer o bem de que formos capazes:
com efeito, se damos aos pobres por amor de Deus aquilo que Ele próprio nos dá,
Ele promete-nos o cêntuplo na felicidade eterna.
Vêm aqui tantos pobres, que até
eu me espanto como é possível sustentar a todos; mas Jesus Cristo a tudo provê
e a todos alimenta. (...) Desta maneira estou aqui muito empenhado e
prisioneiro por amor de Jesus Cristo. Vendo-me tão carregado de dívidas que já
mal me atrevo a sair de casa, e vendo tantos pobres, irmãos e próximos meus,
sofrerem para além das suas forças e serem oprimidos por tantos infortúnios no
corpo ou na alma, sinto profunda tristeza por não poder socorrê-los, mas confio
em Cristo, que conhece o meu coração.»
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