"Raios de Luz"


sábado, 8 de março de 2014

São João de Deus: exemplo de amor

Imagem de S. João de Deus venerada na Achada
Lembramos hoje a Festa Litúrgica de São João de Deus, padroeiro na nossa Comunidade-Irmã, a Achada e também apelidado de patrono dos hospitais pela sua grande obra de caridade e serviço aos doentes.
 
João Cidade nasceu em Évora em 1495 e com oito anos fugiu de casa e foi para Espanha, tendo cuidado de rebanhos e mais tarde tornando-se soldado, ao lado de Carlos V.

A dada altura da sua vida, João decidiu ir morar em Granada e lá abriu um pequeno negócio de livros, sendo que, ao mesmo tempo, passou a ouvir o grande santo pregador São João de Ávila, que no Espírito Santo suscitou a conversão radical deste santo que hoje recordamos. Do encontro com Cristo, começou a sua aventura que consistiu em construir com Cristo uma história de santidade.

Renunciou a si mesmo, assumiu a cruz e colocou-se radicalmente nos caminhos de Jesus, tendo ajudado por diversas vezes a distribuir os bens aos pobres, tendo mais tarde fundado um hospital para doentes metais.
 
Como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, diante do tratamento desumano que naquela época era dado para os pobres e doentes mentais, o Senhor suscitou no coração de João o carisma para lidar com os doentes na caridade e gratuidade.

Detenhamo-nos numa das cartas deste Santo Português que compõem hoje o Ofício de Leitura previsto para esta festa litúrgica e aprendamos com o seu exemplo, a amar os mais pobres e doentes:

«Cristo é fiel e tudo provê,
Se consideramos atentamente a misericórdia de Deus, nunca deixaremos de fazer o bem de que formos capazes: com efeito, se damos aos pobres por amor de Deus aquilo que Ele próprio nos dá, Ele promete-nos o cêntuplo na felicidade eterna.

Vêm aqui tantos pobres, que até eu me espanto como é possível sustentar a todos; mas Jesus Cristo a tudo provê e a todos alimenta. (...) Desta maneira estou aqui muito empenhado e prisioneiro por amor de Jesus Cristo. Vendo-me tão carregado de dívidas que já mal me atrevo a sair de casa, e vendo tantos pobres, irmãos e próximos meus, sofrerem para além das suas forças e serem oprimidos por tantos infortúnios no corpo ou na alma, sinto profunda tristeza por não poder socorrê-los, mas confio em Cristo, que conhece o meu coração.»


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