«Neste santo tempo quaresmal,
somos chamados a escutar com mais atenção ainda a Santa Palavra que o Senhor
nos dirige.
Durante os quarenta dias deste período sagrado que nos prepara para
a Páscoa, toda a Igreja é chamada a
recordar-se que é o novo Israel, um povo consagrado a Deus, reunido pelo
Senhor do meio de todas as nações, consagrado pelo Sangue precioso de Cristo,
separado do mundo e enviado ao mundo para no mundo fazer brilhar a glória do
Senhor.
Somos um povo santo, um povo
sacerdotal, um povo de testemunhas do Senhor e de intercessores pela inteira
humanidade... O que era o antigo Israel de modo figurativo e, em certo sentido,
provisório, somos nós agora de modo pleno e definitivo.
Assim, nestes dias quaresmais,
a Igreja deve voltar ao deserto com a
mente, com o coração, com a recordação, com o afecto. A Igreja deve estar
atenta ao antigo Israel, pois, como diz o santo Apóstolo, os fatos ocorridos
com o antigo povo ‘aconteceram para serem
exemplos para nós, a fim de que não desejemos coisas más, como fizeram aqueles
no deserto’ e não murmuremos como eles murmuraram e não sejamos infiéis como eles foram.
Atenção para não pensarmos: «Somos a Igreja de Cristo, somos o povo da
eterna aliança, nada de mal nos acontecerá!» Não caiamos nesta ilusão!
O próprio São Paulo nos
recorda, na Escritura Santa: ‘Quem julga estar de pé, tome cuidado para
não cair’. E ainda mais Jesus, no Evangelho, nos exorta gravemente à
conversão. Se a Igreja é a vinha do Senhor, que jamais será rejeitada, nós
somos como aquela figueira que, se no período da paciência de Deus, não der
fruto, será cortada do meio da vinha. Eis
a Quaresma: tempo da paciência do Senhor para nós!»
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