«Que grande e belo é este mundo
visível! Mas o mês de Outubro é um mês
onde esta visão se apaga num momento, lembrando ao nosso espírito que há outro
mundo, um mundo invisível, porém tão real como o que percepcionam perto de vós.
A Igreja celebra, a 2 de
Outubro, a festa dos Santos Anjos Custódios. São os habitantes desse mundo
invisível que nos rodeia. São os guardiões da Providência de Deus. Não disse
Cristo dos meninos que foram sempre tão queridos para o Seu coração puro e
amante: “Os seus Anjos contemplam sem cessar o rosto de Meu Pai que está nos
Céus”?
E quando os meninos se fazem adultos, são
abandonados pelos seus Anjos? Certamente que não. ‘Cantemos os Anjos guardiões dos homens - diz a Liturgia de hoje – e
companheiros celestes que o Pai deu à sua
frágil criatura, para que não sucumba perante os inimigos que rodeiam’. Este
mesmo pensamento é recorrente nos escritos dos Padres da Igreja.
Cada um, por humilde que seja, possui um
Anjo da Guarda para velar por ele. São espíritos gloriosos, puros,
magníficos, encarregados de velar cuidadosamente sobre vós, para que não se
apartem de Cristo, Vosso Senhor. E não só querem defendê-los contra os perigos
que surgem ao largo da caminhada, mas mantêm-se de uma forma activa ao seu
lado, alentando as suas almas quando se esforçam por subir cada vez mais alto
para a união com Deus.
(…) Não podemos deixar de
exortar-vos a despertar e avivar a vossa percepção do mundo invisível que vos
rodeia, “porque as coisas visíveis não
existem senão por certo tempo, enquanto as invisíveis são eternas” , e a
manter relações familiares com os Anjos que são tão constantes no seu cuidado pela
vossa salvação e santidade.
Assim passarão – e Deus o quer - uma
eternidade de felicidade com eles; aprendei a conhecê-los desde já. Que os Anjos
levem a nossa oração até ao trono de Deus e possam, pela intercessão da sua
gloriosa Rainha, trazer-nos graças abundantes da parte do nosso Divino
Salvador.»
(Papa Pio XII, Outubro de 1958)
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