Com a aparição de Nossa
Senhora em Fátima, a 13 de Julho de 1917, os Pastorinhos tiveram a graça de uma
mensagem e duas visões que constituem o chamado ‘Segredo de Fátima’. Nesta aparição, a Virgem Mãe pediu a
consagração da Rússia ao Seu Imaculado Coração. Ao longo dos anos, com os
escritos da Irmã Lúcia e os interrogatórios normais feitos pela Igreja para
atestar a veracidade das aparições, o mundo foi conhecendo um pouco desta
revelação.
Dos diferentes quadrantes da
sociedade vinham reacções de espanto e de interrogação, bem como de acolhimento
da mensagem por um ou de uma recusa firme por outros. O mundo estava em guerra.
Milhares de mortos bem como perseguições à Igreja e ao Santo Padre marcavam o
dia-a-dia da história da Humanidade.
A31 de Outubro de 1942 o
mundo ouvia com surpresa as palavras do Papa Pio XII a consagrar «…todo o mundo dilacerado por cruciais
discórdias… nomeadamente aqueles (povos) que vos professam especial devoção,
onde não havia casa que não ostentasse o vosso venerando ícone, hoje talvez
escondido e reservado para melhores dias».
No último dia do mês de
Outubro, mês tradicionalmente dedicado ao Rosário e um mês fortemente Mariano,
ou não fosse em Outubro de 1917 que a Virgem Maria apareceu pela última vez aos
Pastorinhos de Fátima, o Santo Padre enviou uma radiomensagem ao mundo, e em
especial ao povo português.
Com esta mensagem, o Santo Padre quis atender ao pedido de
consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, tal como a Irmã Lúcia lhe
havia referido numa carta de Dezembro de 1940. Com estas palavras, o Sumo
Pontífice fazia alusão, indirectamente, à Rússia que estava separada de Roma e
na qual proliferava o comunismo ateu.
Se do lado comunista era
notória uma postura contra a sua consagração, em Fátima a Senhora pedia
insistentemente não a sua aniquilação, mas a sua conversão, não a sua morte,
mas a sua renovação. Cedo em Fátima se começou a rezar pela Rússia, e a partir
dali pediu-se intensamente que por ela se rezasse, a ponto de se poder afirmar,
como o fez o Senhor Dom Alberto Cosme do Amaral, que «em nenhum outro lugar do mundo
se amou tanto a Rússia, como em Fátima».
Mas fixemo-nos nas palavras do
Sumo Pontífice, o Papa Pio XII no dia 31 de Outubro de 1942:
«Rainha do Santíssimo
Rosário, Auxílio dos Cristãos, refúgio do género humano, vencedora
de todas as grandes batalhas de Deus! Ao Vosso trono, súplices nos
prostramos, seguros de conseguir misericórdia e de encontrar graça e auxílio
oportuno nas presentes calamidades, não pelos nossos méritos, de que não presumimos,
mas unicamente pela imensa bondade do Vosso Coração materno.»
«A Vós, ao vosso Coração Imaculado, Nós como Pai comum da grande
família cristã, como Vigário d’Aquele a quem foi dado todo o poder no Céu
e na terra, e de quem recebemos a solicitude de quantas almas remidas com o
Seu sangue povoam o mundo universo, — a Vós, ao Vosso
Coração Imaculado, nesta hora trágica da história humana, confiamos,
entregamos, consagramos não só a Santa Igreja, corpo místico de Vosso
Jesus, que pena e sangra em tantas partes e por tantos modos atribulada, mas
também todo o mundo, dilacerado pelas discórdias, abrasado em
incêndios de ódio, vítima de sua próprias iniquidades.»
A consagração do mundo feita
pelo Papa Pio XII, apesar de não ter sido feita do modo que Nossa Senhora tinha
pedido a Lúcia, contribuiu fortemente para o fim da Segunda Grande Guerra
Mundial. Hoje o mundo sofre os horrores
de uma guerra silenciosa, de uma guerra que tem como objectivo silenciar Deus
da história e todos os valores católicos.
Confiemos a nossa oração e a
nossa vida ao Coração Imaculado da Virgem Maria, Ela que é Refúgio dos
pecadores e Consoladora dos aflitos. Só
com o Seu amor de Mãe e com a oração do Terço conseguiremos aniquilar o Mal que
nos rodeia.
Em primeiro têm uma página muito interessante e é bom ver que há jovens que fazem uma Igreja viva.
ResponderEliminarO artigo de Pio XII está muito bem feito e agora que este Papa anda na moda, por causa dos Judeus na Segunda Guerra. Na minha opinião ele salvou os Judeus (pois há uma carta dele que diz que veria para Portugal, ou o novo Papa seria o Cardeal Cerejeira). Esperemos que Francisco dê autorização para a abertura dos arquivos.
Teresa Soares