A vida do Papa João Paulo II está
intimamente ligada à Virgem Santíssima, tal como podemos constatar no lema do
seu pontificado: "Totus Tuus".
De facto, o Sumo Pontífice teve sempre uma particular devoção à Mãe de Deus,
mas o grande acontecimento que está ligado à vida do Santo Padre e a Nossa
Senhora foi o atentado ocorrido a 13 de Maio de 1981, na Praça de São Pedro.
Ao passar pela multidão que
calorosamente o acolhia e saudava, o Santo Padre foi alvejado, tendo ficado em
perigo de morte. Um ano depois, a 13 de Maio de 1982, João Paulo II dirigia-se
a Fátima para agradecer o facto de Nossa Senhora o ter protegido do brutal
ataque.
«O sucessor de Pedro - dizia o
Papa João Paulo II na sua homilia em Fátima - apresenta-se aqui também como testemunha
dos imensos sofrimentos do homem, como testemunha das ameaças quase
apocalípticas, que pesam sobre as nações e sobre a humanidade. E procura
abraçar esses sofrimentos com o seu fraco coração humano, ao mesmo tempo que se
põe bem diante do mistério do Coração: do Coração da Mãe, do Coração Imaculado
de Maria.»
O agora Beato João Paulo II
tomou consciência do poderosíssimo poder da Virgem Maria e de como, no Seu
Coração de Mãe, o aflito encontrava consolo e amparo. Sabendo pois da contínua
necessidade de entrega da Humanidade ao Coração Virginal de Maria, fez um Acto de entrega, do qual vale a pena meditarmos nalguns excertos:
«À Vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus - Ao pronunciar
estas palavras da antífona com que a Igreja de Cristo reza há séculos,
encontro-me hoje neste lugar escolhido por Vós, ó Mãe, e por Vós especialmente
amado. Estou aqui, unido com
todos os Pastores da Igreja e pronuncio as palavras deste Acto, no qual desejo
incluir, uma vez mais, as esperanças e as angústias da Igreja no mundo
contemporâneo.»
A vida da Igreja e da humanidade foi assim
novamente entregue ao Coração de Maria Santíssima, aquele donde brota um amor
profundo e é mediador de todas as graças. Que bom seria, que no nosso dia-a-dia
fossemos capazes de entregar as nossas vidas a este coração materno e cheio de
amor por nós, pecadores.
Em jeito de oração, terminamos esta meditação com
as palavras do Papa João Paulo II:
Confiando-Vos, ó
Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos,
nós Vos confiamos
também a própria consagração em favor do mundo,
depositando-a no
Vosso Coração materno.
Oh, Coração Imaculado! Ajudai-nos a vencer a ameaça do mal
que tão facilmente
se enraíza nos corações dos homens de hoje e que,
nos seus efeitos
incomensuráveis,
pesa já sobre a
nossa época e parece fechar os caminhos do futuro!
Da fome e da guerra, livrai-nos!
Dos pecados contra a vida do homem desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!
Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!
Acolhei, ó Mãe de Cristo, este clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras!
Que se revele, uma vez mais, na história do mundo,
Da fome e da guerra, livrai-nos!
Dos pecados contra a vida do homem desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!
Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!
Acolhei, ó Mãe de Cristo, este clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras!
Que se revele, uma vez mais, na história do mundo,
a força infinita
do Amor misericordioso!
Que ele detenha o
mal! Que ele transforme as consciências!
Que se manifeste
para todos, no vosso Coração Imaculado, a luz da Esperança!
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