"Raios de Luz"


quarta-feira, 11 de julho de 2012

13 de Julho e os ensinamentos de Nossa Senhora


Fátima, 13 de Julho de 1917

«... Tomando um  aspecto mais triste, Nossa Senhora disse-nos:

“Sacrificai-vos pelos pecadores, e dizei muitas vezes, em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: ‘ Ó meu Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria’ “.

Ao dizer essas palavras, Nossa Senhora abriu de novo as mãos, como nos dois meses anteriores. O reflexo de luz pareceu penetrar na terra, e vimos um mar de fogo.

E mergulhados nesse fogo, estavam os demónios e as almas condenadas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronzeadas, com forma humana, que flutuavam nesse incêndio, levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo caindo para todos os lados, semelhantes ao cair das fagulhas nos grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero, que horrorizaram e faziam estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas incandescentes como negros carvões em brasa.

Assustados e como que a pedir socorro, levantámos a vista para Nossa Senhora, que nos disse com bondade e tristeza:

“Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores! ...»


Nos dias de hoje tenta-se desacreditar, abafar e até mesmo negar algumas verdades de Fé divinamente reveladas por Deus através da Sua Igreja.

A verdade de Fé que ensina a existência de Satanás como inimigo da nossa alma e do Inferno como lugar de tormentos eternos, é incómoda para um mundo secularizado, que vê nas coisas materiais o maior dos males, que idolatra o bem-estar e exalta o prazer. Até nas igrejas, falar ou pregar sobre a doutrina do Inferno é quase inaceitável para quem acredita num Deus que é Amor, esquecendo que, a par desse Amor infinito e perfeito, Ele é também perfeitamente Justo.

Mas mais inaceitável ainda é falar às crianças da catequese desse lugar terrível. Há o medo infundado de “assustar” as crianças. Assim, prefere-se omitir este dogma, sobrepondo uma importantíssima necessidade espiritual a um (baixo) risco, meramente humano, de “traumatizar” os mais pequeninos.

Prevendo estes dias de falta de fé e de descrença, a Virgem Santíssima quis, no dia 13 de Julho de 1917, provar a existência do Inferno, alertando o mundo que este é verdadeiramente um lugar de tormentos eternos e que não está vazio.

E como o fez? A Mãe do Céu não se limitou a dizer aos Pastorinhos que o Inferno existe ou a descrevê-lo. Isso bastaria para eles acreditarem. Mas não! Ela não hesitou em mostrá-lo, sem aviso, a três crianças inocentes, a mais pequenas das quais com apenas 7 anos de idade! E qual foi a consequência desta visão, após o susto inicial? Pesadelos?  Stress pós-traumático? Choro compulsivo e desejo de não querer voltar mais àquele sítio?

Não! Naquelas três crianças nasceu um profundo sentimento de “pena dos pecadores” (palavras da Jacinta) e um forte desejo de salvação das almas.

Reparemos que Nossa Senhora disse aos Pastorinhos: “Vistes o Inferno” e não “Vistes uma representação” ou “uma ideia do Inferno”. Longe de ser uma metáfora, um estado de alma ou a simples ausência de Deus, como hoje muito se divulga, a Virgem confirmou a doutrina sempre ensinada pela Igreja: o Inferno é um lugar real, "para onde vão as almas dos pobres pecadores".

Alguns anos antes das Aparições de Fátima, o Papa São Pio X dizia que “o Inferno é o sofrimento eterno, que consiste na privação de Deus, de toda a nossa esperança e felicidade, e no fogo com todos os outros males, sem bem algum”.

A Igreja sempre ensinou a doutrina do Inferno, não para que vivamos amedrontados mas sim para que estejamos alertas e vigilantes para o perigo de cair irremediavelmente nas garras do Demónio.

Lembremo-nos frequentemente desta verdade de Fé, não tanto por temor mas antes por amor a Jesus e  para nossa própria santificação. Que a lembrança de que o Inferno existe nos leve a desejar cada vez mais a conversão dos pecadores, rezando por eles, seguindo o exemplo dos Pastorinhos de Fátima.

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