Com o título “Fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza”, inspirado
numa passagem da segunda carta de São Paulo aos Coríntios, a Mensagem do Papa para a Quaresma hoje divulgada, sublinha que a miséria «não coincide com a
pobreza», mas é «a pobreza sem confiança, sem solidariedade, sem esperança».
O estilo de Deus não se revela
através do poder nem da riqueza do mundo, mas através da fragilidade e da
pobreza, para se tornar mais próximo de todos. Faz-Se próximo, consola com
ternura e salva - diz o Papa - sublinhando que os cristãos são chamados a
imitar Cristo, a ver e a aliviar as misérias dos irmãos.
Francisco aponta diferentes tipos
de miséria: material, moral e espiritual.
A miséria material afecta os que
não têm bens de primeira necessidade nem possibilidades de progresso e
crescimento cultural. O poder, o luxo e o dinheiro são obstáculos à
distribuição equitativa das riquezas. O Papa apelo, por isso, à conversão das
consciências, para uma maior justiça, igualdade, sobriedade e partilha.
Há também a miséria moral, a dos
que são escravos do vício e do pecado – álcool, droga, jogo, pornografia – uma
espécie de suicídio que leva à ruína económica e também à miséria espiritual,
ou seja, quando nos afastamos de Deus e nos consideramos auto-suficientes.
A miséria espiritual atinge-nos
quando nos afastamos de Deus e recusamos o Seu amor. Se julgamos não ter
necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos
auto-suficientes, vamos a caminho da falência. «O Evangelho - diz Francisco - é
o antídoto contra a miséria espiritual e o cristão deve levá-lo a todos os
ambientes».
A Quaresma é um tempo
propício para o despojamento e Papa recorda-nos ainda que a verdadeira pobreza
dói e desconfia da esmola que não custa nem dói.
Fonte: Rádio Renascença (adaptado)
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