"Raios de Luz"


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

São Nuno de Santa Maria

«Admirável foi este santo varão pelas muitas e especiais virtudes que cultivou, não só depois da separação que fez com o mundo, mas também antes de receber o hábito religioso. Na oração foi tão incessante que admirava os faziam por ser seus imitadores. Faltava com o descanso ao corpo para se aproveitar da maior parte da noite rezando mental e vocalmente.

Na presença da soberana imagem da Virgem Maria, Senhora Nossa, com o título da Assunção, derramava copiosas lágrimas; e com elas, melhor do que com as vozes, Lhe expunha as suas súplicas nas ocasiões que para si ou para os seus protegidos Lhe pedia favores.

Exemplaríssima foi a humildade com que, fora e dentro da Religião, serviu a Deus em toda a vida. Nunca no seu espírito teve lugar a soberba: antes, quanto lhe foi possível, trabalhou por desterrá -la dos ânimos dos que lhe seguiam as ordens e o exemplo.

Depois de religioso, foi o servo de Deus mais admirável nos exercícios da caridade. Não se contentava com distribuir as esmolas pelo seu pagador, como no mundo fazia; mas pelas próprias mãos, na portaria deste convento, remediava a cada um a sua necessidade.

Não menos caritativo era para com o seu próximo nas ocasiões que se lhe ofereciam de lhe acudir nas enfermidades. Assistia aos pobres nas doenças, não só com os alimentos necessários, mas com os regalos administrados por suas próprias mãos.

Velava noites inteiras por não faltar com a assistência aos que nas doenças perigavam. Continuando o Venerável Nuno de Santa Maria as asperezas da vida, sem nunca afrouxar dos seus primeiros fervores, chegou ao ano de 1431 tão destituído de forças, que no corpo apenas conservava alguns alentos para poder mover se.

Entrando enfim na última agonia, rogou que, para consolação do seu espírito, lhe lessem a Paixão de Cristo escrita pelo evangelista São João; logo que chegou à cláusula do Evangelho onde o mesmo Cristo, falando com Sua Mãe Santíssima a respeito do amado discípulo, lhe diz: ‘Eis o teu filho’, deu ele o último suspiro e entregou sua ditosa alma ao mesmo Senhor que a criara».

Homilia do Santo Padre Bento XVI na sua canonização


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