No Evangelho do próximo Domingo, o VI do Tempo comum, o evangelista São Marcos apresenta-nos o encontro de Jesus com um leproso, um excluído, sem nome.
Segundo a mentalidade da época, o leproso era um pecador e um maldito! Tinha que viver isolado, apresentar-se andrajoso e avisar, aos gritos, o seu estado de impureza, a fim de que ninguém se aproximasse dele. Não tinha acesso ao Templo, nem sequer à cidade santa de Jerusalém, para não conspurcar, com a sua impureza, o lugar sagrado.
Afastado do convívio dos seus e de Deus, estava condenado a viver isolado. Esta situação desesperada, sem esperança, levou-o a Jesus: “Se quiseres, podes curar-me”. Jesus olhou-o compadecido, estendeu-lhe a mão, tocou-lhe… e o milagre aconteceu: “Quero, fica limpo”.
Jesus não teme o contágio do leproso que se aproxima! Não há fronteiras que limitem o amor. Há uma compaixão que O move! Jesus pisa o risco e o leproso ganha coragem e salta fora da linha contínua. Para ele, mais importante do que ser curado, é ser olhado, acolhido, tocado, amado.
Hoje, voltamos a fazer dos doentes e dos idosos, os novos excluídos, mandados para o Lar, isolados em casas ditas «de saúde», abandonados em Hospitais, sem família que os acolha, ou esquecidos na sua própria casa. Deste modo, a situação dos doentes e dos idosos, que sofrem e morrem sozinhos, fazem-nos perceber que há, do lado dos “saudáveis”, uma sociedade doente, que precisa de cura! De uma cura, que não vem da ciência, nem do progresso, nem da técnica. Vem do Amor.
Seria uma pena se nós não aproveitássemos o caminho do amor, que nos leva a Jesus, como fez este leproso. Cristo está disposto a oferecer-nos muito mais do que podemos imaginar.
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