"Raios de Luz"


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

"Não nos deixeis cair em tentação..."


Todos os anos meditamos, no I Domingo da Quaresma, o texto evangélico das tentações de Jesus. Neste ano, temo-las na forma mais simples, desprovida de qualquer espécie de encenação, segundo a narração do Evangelista São Marcos.
Jesus "esteve no deserto 40 dias e era tentado por Satanás". As tentações do Demónio visavam desviar Jesus da Sua missão, com a sedução do protagonismo para vir a ser um Messias milagreiro, espectacular e ambicioso. O Evangelho põe em evidência o maravilhoso exemplo do Senhor:  um exemplo de humildade, ao sujeitar-se aos ataques do Demónio, e de fortaleza, ao resistir decididamente, sem a mais pequena vacilação ou cedência.

Esta passagem da Escritura em que Jesus é tentado, lembra-nos que as tentações que sofremos podem servir para  nos santificar, se a elas resistirmos com humildade e fortaleza, tal como Jesus resistiu. No Pai-Nosso, não pedimos a Deus que nos livre de sermos tentados, mas que não nos deixe "cair em tentação" . Assim, não devemos ver nas tentações um mal em si mesmas, mas um meio de nos santificarmos. O mal está em consentirmos nelas e pecarmos.

Vêm a propósito as palavras de Santo Agostinho"A nossa vida, enquanto somos peregrinos na terra, não pode estar livre de tentações, e o nosso aperfeiçoamento realiza-se precisamente através das provações. Ninguém se conhece a si mesmo, se não for provado; ninguém pode receber a coroa, se não tiver vencido; ninguém pode vencer, se não combate; e ninguém pode combater, se não tiver inimigos e tentações."

Aproveitemos este tempo de Quaresma que o Senhor nos oferece para prestar mais atenção à mensagem que Jesus nos dirige : “Cumpriu-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”.  É este convite à conversão que Nosso Senhor nos propõe neste tempo de preparação para a Páscoa.

Munidos com as armas da humildade e fortaleza que encontramos nos Sacramentos (especialmente na Confissão e na Eucaristia), tenhamos como propósito de, neste caminho de conversão, fazermos o esforço de não cedermos a tantas tentações que nos assaltam e que nos querem conduzir ao pecado e à infelicidade.

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