A
Fé da Igreja não é uma realidade enferrujada ou fossilizada, como peça de
museu. Ela caminhará sempre, fiel às suas origens e aprofundando cada vez mais
o mistério de Cristo, nos confrontos com novas realidades.
Quem
garante este processo, para que a evolução dos caminhos na Fé não se torne traição e infidelidade à
fé confiada uma vez por todas à Igreja? O Espírito da Verdade que Cristo
prometeu e deu à Sua Igreja.
E
quem é responsável para discernir? O
Magistério – os Bispos em comunhão com o Papa - com a autoridade dada por
Cristo e a fiel assistência do Santo Espírito. Como podemos ler nos Actos dos
Apóstolos: «Pareceu bem ao Espírito Santo,
e a nós...»
A
fé da Igreja não pode derivar de uma
interpretação somente da Bíblia e, muito menos de uma interpretação privada
de algum iluminado excêntrico! As Escrituras não foram dadas a uma pessoa
privada, mas ao Povo de Deus, que é a Igreja.
A
pregação funda-se na Tradição, seja
na sua forma escrita (Bíblia), seja na sua forma oral (o complexo da vida de
Igreja).
Ora,
quem garante esta Tradição é o Espírito
Santo e quem a discerne, com autoridade dada por Cristo e a assistência do
próprio Espírito, são os Bispos, sucessores dos Apóstolos, em comunhão com o
Bispo de Roma, Sucessor de Pedro.
O
grande pecado do homem actual é arvorar-se em juiz de Deus: se o modo de agir
do Senhor não cabe na minha lógica, então eu descreio e volto-Lhe as costas,
abandonando concretamente a Sua Igreja.
Teremos
sempre, portanto, que optar entre a
soberba de agir do nosso modo, segundo nós mesmos ou a fé de deixarmo-nos guiar pelo Senhor, mesmo quando não
compreendemos totalmente os Seus caminhos.
E
posso de tal modo expulsar Deus de minha vida que chegue ao ponto de perdê-Lo
para sempre. É isto que se chama Inferno: perder a Deus nesta vida e
para todo o sempre.
Por
isso mesmo a advertência sempre actual das Escrituras: «Buscai o Senhor enquanto está perto; procurai-O enquanto Se deixa
encontrar!»
Bispo Auxiliar de Aracaju - Brasil
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