«Conseguis ver onde se oculta
a grandeza de Deus? Num presépio,
nuns paninhos, numa gruta. A eficácia redentora das nossas vidas só se pode dar
com humildade, deixando de pensar em
nós mesmos e sentindo a responsabilidade de ajudar os outros.
Cristo foi humilde de coração.
Ao longo da Sua vida, não quis para Si nenhuma coisa especial, nenhum
privilégio. Começa por estar nove meses no seio de Sua Mãe, como qualquer outro
homem, com extrema naturalidade. Sabia o Senhor que a Humanidade padecia de uma
urgente necessidade d’Ele. Tinha, portanto, fome de vir à terra para salvar
todas as almas; mas não precipita o tempo; vem na Sua hora, como chegam ao
mundo os outros homens. Deus veio habitar entre os homens!
O Natal também está rodeado de
uma simplicidade admirável: o Senhor vem sem aparato, desconhecido de todos. Na
Terra, só Maria e José participam
nesta divina aventura. Depois, os pastores, avisados pelos Anjos. E mais tarde
os sábios do Oriente. Assim acontece o facto transcendente que une o Céu à
Terra, Deus ao homem!
Deus humilha-Se para que
possamos aproximar-nos d’Ele, para que possamos corresponder ao seu Amor com o
nosso amor, para que a nossa liberdade se renda, não só ante o espectáculo do
Seu poder, como também ante a maravilha da Sua humildade.
Grandeza de um Menino que é Deus! O Seu Pai é o Deus que fez os
Céus e a Terra, e Ele ali está, num presépio,
quia non erat eis locus in diversorio, porque não havia outro sítio na
Terra para o dono de toda a Criação!»
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