‘Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do
sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas’ (Ap
12,1)
Antes de mais nada, a mulher
do Apocalipse é Maria mesma. Ela aparece ‘vestida
de sol’, isto é, vestida de Deus: a
Virgem Maria, de facto, é toda circundada pela luz de Deus e vive em Deus. Esse
símbolo da veste luminosa claramente expressa uma condição que diz respeito a
todo o ser de Maria: Ela é a ‘cheia de graça’, repleta do amor de
Deus.
(…)
Essa mulher tem sob os Seus
pés a Lua, símbolo da morte e da mortalidade. Maria, de facto, está plenamente
associada à vitória de Jesus Cristo, seu Filho, sobre o pecado e a morte; é
livre de qualquer sombra de morte e totalmente repleta de vida. Por uma graça e
um privilégio singular de Deus Omnipotente, Maria também deixou a morte para trás, superou-a. E isso manifesta-se
nos dois grandes mistérios da sua existência: no início, o ter sido concebida
sem pecado original e, ao final, o ter sido assumpta em alma e corpo ao Céu, na
glória de Deus.
Na visão do Apocalipse há uma
outra peculiaridade: sobre a cabeça da mulher vestida de sol há ‘uma coroa de doze estrelas’. Esse
sinal representa as doze tribos de Israel e significa que a Virgem Maria está no centro do Povo de Deus, de toda a comunhão
dos santos. E, assim, essa imagem da coroa de doze estrelas introduz-nos na
segunda grande interpretação do sinal celeste da ‘mulher vestida de sol’: além de representar a Nossa Senhora, esse
sinal personifica a Igreja, a comunidade cristã de todos os tempos.
(…)
Enquanto Maria é Imaculada,
livre de toda a mácula de pecado, a Igreja é santa, mas, ao mesmo tempo,
marcada pelos nossos pecados. Por isso, o Povo de Deus, peregrino no tempo,
dirige-se à sua Mãe celeste e pede o Seu auxílio;
Maria ajuda-nos a ver que há
uma luz para além do manto de névoa que parece envolver a realidade. Por isso,
também nós, especialmente nesta ocasião, não cessamos de pedir com confiança
filial o Seu auxílio:
Oh
Maria, concebida sem pecado, ora por nós que a Ti recorremos.
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