O Evangelho deste 29º Domingo do
Tempo Comum lembra-nos, mais uma vez, que os planos de Deus são diferentes da
lógica e dos planos do mundo. Jesus convida-nos a abandonar os nossos projectos
pessoais de poder e de grandeza e dedicarmo-nos mais a fazer da nossa vida um
serviço em favor do próximo.
São Tiago e São João
aproximaram-se de Jesus e fizeram-lhe um pedido: «Concede-nos que, na Tua glória, nos sentemos um à Tua direita e outro
à Tua esquerda». Os dois discípulos, com um pensamento meramente humano de
grandeza, desconheciam que a glória de
Jesus só se manifestará quando Ele passar pela morte na Cruz.
E nós, quantas vezes, como Tiago
e João, não sabemos o que pedimos? Se quisermos estar com Jesus, um dia no Céu,
teremos que escutar o que Ele respondeu aos discípulos: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo
com que Eu vou ser baptizado».
O cálice a que Jesus Se refere
são as provações e humilhações deste mundo que Ele sofreu e que nós também,
porque não somos maiores que Ele, devemos ter de sofrer. Jesus convida-nos a entregar a nossa vida, primeiro a Deus e depois aos
outros, tal como Ele fez. É essa atitude que será decisiva para entrar na
Sua glória. Como Cristo, só passando pela Cruz, morrendo para nós mesmos e
vivendo para os outros é que mereceremos um dia a grandeza que tanto ansiamos.
Não uma grandeza neste mundo, mas o tesouro do Céu.
É precisamente esta atitude de
cristãos que nos distingue dos outros enquanto caminhamos nesta vida: Não
desejar os poderes e as honras do mundo, mas fazer da nossa vida um serviço
contínuo a Deus, cumprindo com a Sua vontade, e aos irmãos. Por isso Jesus
diz-nos:
«Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem
domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: Quem
entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós
ser o primeiro, será escravo de todos”.
Como cristãos, temos o dever de
dar um testemunho de serviço no nosso espaço familiar, escolar, laborar, social
ou pessoal. Como poderemos nós querer mais ser servidos em vez de servir, se
toda a vida de Nosso Senhor, a quem dizemos seguir, foi uma permanente e total
entrega a Deus Pai e de serviço aos outros? Jesus aponta mesmo o Seu exemplo: «O Filho do homem não veio para ser servido,
mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».
Cristo entregou-se por cada um de nós. Como poderemos nós não estar
dispostos a entregar a nossa vida por Seu amor e por amor dos que nos rodeiam?
Durante a próxima semana,
meditemos neste amor que Jesus teve pela humanidade, a ponto de Se fazer homem,
de sofrer, de Se humilhar e de morrer por nós. E depois, perguntemo-nos se
temos correspondido verdadeiramente a este amor, seguindo o Seu exemplo de
humildade e de abandono à vontade do Pai.
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