«A pé, milhares de fiéis rumam
em direcção a Fátima. Têm um encontro marcado com “a Senhora mais brilhante do que o sol”, que os espera onde, em
1917, apareceu a três pastorinhos. Por essas estradas fora, arrastam alegrias e
tristezas, penas próprias e dores alheias, acções de graças e petições, nas
contas do terço que desgranam pelos caminhos da nossa terra. E, no bordão, a
esperança que não desfalece, mesmo quando o cansaço entorpece o andar.
A fé é caminho. Desde tempos
imemoriais, os cristãos peregrinam em direcção aos Lugares Santos. Neste ano, é
a Terra Santa que vem ao encontro dos romeiros da Cova da Iria, na pessoa do
Patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Fouad Twal. Não é só Maria mas
também a sua terra e as suas gentes que vão estar presentes nas celebrações da
primeira aparição mariana. Duas terras de Santa Maria vão, assim, encontrar-se
no altar do mundo: a Palestina, que é a pátria terrena da Mãe de Deus, e esta
nossa pátria, de que ela é, há já vários séculos, padroeira e rainha.
Foi em 1914, faz agora um
século, que começou a primeira Guerra Mundial, a que a Senhora do Rosário quis
pôs termo pela oração e sacrifícios dos seus filhos. Neste centenário desse
conflito, a presença do Patriarca de Jerusalém na Cova da Iria recorda que o terço,
que logrou a “conversão da Rússia”, é
o meio mais eficaz para alcançar a paz na Terra Santa.
“Si vis pacem, para bellum”, isto é, se queres a paz, prepara-te
para a guerra. A paz na Palestina, a pátria de Jesus, requer o uso diário de
uma arma poderosa: o terço de Nossa Senhora. Porque cada conta é uma bala
contra a guerra e um passo para a paz».
Pe. Gonçalo Portocarrero Almada
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