«A minha vocação é a melhor de
todas! E posso dizer isto com toda a convicção, sem correr o risco de ser
pretensioso, vaidoso ou orgulhoso. A minha vocação é a melhor de todas! E é-a
de facto porque foi aquela que Deus escolheu para mim. E é tanto assim que,
mesmo que eu ainda não saiba qual a minha vocação, sei que a posso procurar,
não em mim, ser finito e mesquinho, mas em Deus, que se entregou por nós na
Cruz e que, por isso, nos ama de tal modo que quer mais o nosso bem que nós
próprios.
A vocação é caminho. É uma
estrada que só se percorre a dois: eu e Nosso Senhor. Por isso, naquilo que tem
sido a minha caminhada vocacional, tanto mais se tem tornado claro o rumo a
seguir, quanto mais séria e próxima se torna a relação com Deus.
A caminhada vocacional é, também
na relação com Jesus, um conhecimento paulatino de nós mesmos, porque só na
medida em que vamos conhecendo o Homem, como disse Pilatos (cf. Jo 19, 5), é
que nos conhecemos como homens. Relativamente a isto, há uma frase que, ao
longo da minha caminhada, se foi adensando e revelando um rumo a seguir: “Ninguém pode fazer dom de si se não tiver
domínio de si.”
Só quando nos conhecemos como homens, obra das mãos de
Deus, só então poderemos fazer da nossa vida uma oblação, uma oferta a Deus e,
em Deus, aos homens. De facto, a vocação é caminho. Caminho para a Cruz, pois é
lá que todo homem cumpre a finalidade da sua existência: o dom oblativo de si
mesmo.
E este caminho tanto é valido
para o chamado ao ministério ordenado, pelas provações, pelo trabalho, pela
abnegação de si mesmo, como para os chamados à vocação matrimonial, pela
entrega ao outro, pela exigência de uma vida a dois, pela responsabilidade com
os filhos, e por tudo mais. É, de facto, um caminho pedregoso, mas repleto da
presença de Deus, que nos ampara e nos dá força nas adversidades. É, de facto,
um caminho para ser feito a dois. Só assim vale a pena entregar a vida.
É, então, por causa das pedras do
caminho e pela preguiça de caminhar que afecta a tantos que se torna tão
importante rezar pelas vocações. Rezar e, particularmente, pelas vocações, é
urgente. Porque tal como no tempo de Jesus,
a messe é grande e os trabalhadores são poucos (Mt 9, 37). Numa Igreja em
crescimento constante, urge pedir ao Senhor por homens santos e sérios que
conduzam o seu povo e por gente santa e séria que queira, no quotidiano de uma
vida normal, ser sal na terra e luz no
mundo (Mt 5, 13-14). Acreditai quando vos digo: vale a pena rezar! Na minha
história vocacional, como vou partilhando convosco, fui experimentando o poder
da oração, quer a que faço, quer a que vós fazeis por mim.
Meus amigos, rezai! Eu preciso, os
seminaristas precisam, a Igreja precisa, o Mundo precisa de gente que reze ao
Senhor, suplicando-lhe o dom de muitas e santas vocações. Confiado na vossa
oração…»
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