«A comunhão na mesma fé constitui a base para o ecumenismo. Com
efeito, a unidade é concedida por Deus, como algo inseparável da fé; São Paulo
exprime-o de maneira eficaz: ‘Sede um só
corpo e um só espírito, assim como fostes chamados pela vossa vocação a uma só
esperança. Há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo. Há um só Deus e Pai de
todos, que actua acima de todos, por todos e em todos’ (Ef 4, 4-6).
O Concílio Vaticano II recorda
que os cristãos, ‘quanto mais unidos
estiverem em comunhão estreita com o Pai, o Verbo e o Espírito, tanto mais
íntima e facilmente conseguirão aumentar a fraternidade mútua’ (Decreto Unitatis redintegratio, 7). As questões
doutrinais que ainda nos dividem não devem ser descuidadas, nem subestimadas.
Ao contrário, devem ser enfrentadas com coragem, num espírito de fraternidade e
de respeito recíprocos. Quando reflecte
a prioridade da fé, o diálogo permite que nos abramos à obra de Deus, com a
confiança firme de que não podemos construir a unidade sozinhos, mas é o Espírito Santo que nos orienta para a
comunhão plena.
A unidade é em si mesmo um instrumento privilegiado, como que um pressuposto para anunciar de modo
cada vez mais credível a fé a quantos ainda não conhecem o Salvador ou que,
embora tenham recebido o anúncio do Evangelho, quase esqueceram este dom
inestimável. O escândalo da divisão
que impedia a actividade missionária foi o impulso que depois deu início ao
movimento ecuménico como hoje o conhecemos.
Com efeito, a comunhão plena e
visível entre os cristãos deve ser entendida como uma característica
fundamental, para um testemunho ainda mais claro. A nossa busca de unidade na
verdade e no amor nunca deve perder de vista a percepção de que a unidade dos cristãos constitui uma obra e
um dom do Espírito Santo, e vai muito além dos nossos esforços.
O ecumenismo não dará frutos
duradouros, se não for acompanhado por gestos concretos de conversão que
despertem as consciências e favoreçam a purificação das recordações e das
relações. Como afirma o Decreto do Concílio Vaticano II sobre o ecumenismo, ‘não existe um ecumenismo verdadeiro sem a
conversão interior’.
Invoquemos com confiança a Virgem Maria, modelo incomparável de evangelização, a fim de que a Igreja, «sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (Constituição Lumen gentium, 1), anuncie com franqueza, também no nosso tempo, Cristo Salvador».
Invoquemos com confiança a Virgem Maria, modelo incomparável de evangelização, a fim de que a Igreja, «sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o género humano» (Constituição Lumen gentium, 1), anuncie com franqueza, também no nosso tempo, Cristo Salvador».
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