Depois de aparecer a Maria
Madalena, Jesus Ressuscitado apareceu aos Apóstolos reunidos no Cenáculo. Esta mesma
sala onde fora celebrada a Última Ceia estava fechada, por medo dos judeus. Faltavam
Judas – já morto – e Tomé, que por algum motivo não se encontrava presente.
Os companheiros de Jesus estavam
confusos com os últimos acontecimentos: o Mestre tinha morrido e sido sepultado
mas, naquele dia pela manhã, as mulheres que foram ao túmulo não encontraram o
Seu cadáver. Pedro e João também lá estiveram e nada encontraram. Teria Ele
realmente ressuscitado dos mortos? E, se assim acontecera, porque não lhes
havia aparecido ainda? Mas as dúvidas e a tristeza dão lugar à alegria. O Senhor,
estando as portas fechadas, aparece no meio deles! Deseja-lhes a paz e
mostra-lhes as feridas, marcas do Seu sacrifício.
Quando Tomé regressa, recebe a
grande notícia: o Senhor está vivo e
apareceu aos discípulos! Ele, incrédulo, afirma que só acreditará se tocar
com os seus dedos nas chagas de Nosso Senhor. O Evangelho conta que oito dias
depois, Jesus tornou a aparecer-lhes e chama Tomé, pedindo para tocar no lugar
dos cravos e no Seu lado.
Tal como Tomé, muitas vezes
duvidamos. Muitas vezes, na escuridão dos nossos medos e inseguranças, ou nos
momentos de turbulência, sofrimento, tristeza e confusão, duvidamos que Jesus
esteja vivo e presente. Pedimos “sinais” e questionamo-nos acerca da aparente
ausência de Deus.
A resposta está unicamente na Fé: “Felizes os que acreditam sem terem visto” – responde Jesus a Tomé.
A Fé que professamos proclama que
o Senhor está vivo e que a morte foi
vencida. É nesta Fé, na Fé que a Igreja nos ensina, que devemos encontrar
conforto no sofrimento, nos medos e nas angústias. As palavras de Jesus são um apelo
a que permaneçamos firmes na Fé.
“Felizes os que acreditam sem terem visto!”. Mesmo que não O vejamos
ou que não O sintamos, temos esta certeza, pela Fé, de que Ele está connosco,
tal como prometeu, “até ao fim dos tempos”.
Está connosco particularmente no Sacramento da Eucaristia. Da boca
do discípulo que duvidou, saiu depois a frase que até hoje nos acompanha quando
nos colocamos diante de Jesus Sacramentado: “Meu Senhor e meu Deus!”
(cf. Jo 20, 28)
A profissão de Fé de Tomé – “Meu Senhor e meu Deus!” – é a mesma que
devemos fazer diante do Santíssimo Sacramento. No Altar, o mesmo Jesus que
morreu, ressuscitou e apareceu aos Apóstolos, está igualmente presente na
Hóstia Consagrada, tão real como esteve na terra e agora está no Céu.
No Cenáculo, Cristo apresentou as
Suas chagas a Tomé. No Sacrifício da Cruz, renovado em cada Missa, apresenta as
Suas chagas ao Pai para que, por elas, sejamos perdoados e salvos. Ao contrário
deste Apóstolo, não devemos precisar de
ver com os sentidos para acreditar, mas somente ter a Fé necessária em Deus e na Sua Igreja.
Possamos também nós fazer parte
destes “felizes que acreditam sem terem visto”, crendo, com a Igreja, que Jesus está realmente presente e vivo no
Santíssimo Sacramento do Altar. Assim, acreditando, possamos também nós dizer,
diante da Hóstia Consagrada, como Tomé: “Meu Senhor e meu Deus!”.
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