O Santo Padre falou sobre vários temas, uns mais polémicos
que outros, merecendo grande destaque na comunicação social, mas tudo o que
disse fê-lo submetido à Doutrina da Igreja. Não é a primeira vez que um Papa diz
uma coisa e a imprensa transmite outra, de acordo com os desejos do mundo, como
se uma entrevista fosse um acto infalível do Magistério e na qual o Papa determinaria
mudanças na Doutrina da Igreja.
A entrevista pode ser lida na íntegra aqui. São palavras
belas e que devem ser lidas no contexto em que foram ditas e tendo em conta o
que afirma o Catecismo da Igreja Católica [CIC] – como o própria
Papa refere - principalmente no que respeita:
Ao aborto: «A
cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona
com uma pena canónica de excomunhão este delito contra a vida humana, não
manifestando a Igreja, com esta pena, falta de misericórdia. Manifesta, isso
sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente
morto, a seus pais e a toda a sociedade.» [CIC, parágrafo 2272];
Às uniões
homossexuais: «Um homem e uma mulher, unidos em matrimónio, formam com os seus filhos
uma família. Esta disposição precede todo e qualquer reconhecimento por parte
da autoridade pública e impõe-se a ela. Entre os pecados gravemente contrários
à castidade, devem citar-se: a masturbação, a fornicação, a pornografia e as
práticas homossexuais» [CIC, parágrafo 2202 e 2396];
Ao uso de métodos
contraceptivos: «A regulação dos
nascimentos representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade
responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso
a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo, a esterilização directa ou a
contracepção)». [CIC, parágrafo 2399];
Estes temas, apesar de apregoados pela imprensa como passíveis
de mudança, não são possíveis de ser mudados, pois a Fé e a Doutrina da Igreja
não é passível de ser alterada.
Num outro ponto da entrevista, o Papa fala sobre a
homossexualidade nestes termos: «Na vida,
Deus acompanha as pessoas e nós devemos acompanhá-las a partir da sua condição.
É preciso acompanhar com misericórdia. Quando isto acontece, o Espírito Santo
inspira o sacerdote a dizer a coisa mais apropriada».
Ora, o Papa está apenas a repetir o Catecismo, no parágrafo
2358 e não a legitimar o pecado grave: «Um
número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências
homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente
desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com
respeito, compaixão e delicadeza».
Rezemos pelo Papa e pela Igreja que cada vez mais é
incompreendida e a sua mensagem de salvação deturpada, sacrificando-se a
verdade de Jesus em prol dos pensamentos e desejos mundanos!
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