«No Pentecostes, o Espírito
Santo manifesta-se como fogo. A
sua chama desceu sobre os discípulos reunidos, acendeu-se neles e infundiu-lhes
o novo ardor de Deus. Realiza-se assim aquilo que o Senhor Jesus tinha
predito:
«Vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já tivesse sido
ateado!» (Lc 12, 49).
Juntamente com os fiéis das
diversas comunidades, os Apóstolos levaram esta chama divina até aos extremos
confins da Terra; abriram assim um caminho para a humanidade, uma senda
luminosa, e colaboraram com Deus que com o seu fogo quer renovar a face da
terra. Como é diferente este fogo,
daquele das guerras e das bombas! Como é diverso o incêndio de Cristo,
propagado pela Igreja, em relação aos que são acendidos pelos ditadores de
todas as épocas, também do século passado, que atrás de si deixam terra
queimada. O fogo de Deus, o fogo do
Espírito Santo, é aquele da sarça que ardia sem se consumir (cf. Êx 3, 2).
É uma chama que arde, mas não destrói; aliás, ardendo faz emergir a parte
melhor e mais verdadeira do homem, como numa fusão faz sobressair a sua forma
interior, a sua vocação à verdade e ao amor.
[…]
Este efeito do fogo divino
assusta-nos, temos medo de nos "queimar", preferiríamos permanecer
assim como somos. Isto depende do facto que muitas vezes a nossa vida é delineada segundo a lógica do ter, do
possuir, e não do doar-se. Muitas pessoas crêem em Deus e admiram a figura
de Jesus Cristo, mas quando se lhes pede que abandonem algo de si mesmas, então
elas recuam, têm medo das exigências da fé. Existe o temor de ter que renunciar a algo de bonito, ao que
estamos apegados; o temor de que seguir Cristo nos prive da liberdade, de
certas experiências, de uma parte de nós mesmos. Por um lado, queremos
permanecer com Jesus, segui-lo de perto, e por outro temos medo das
consequências que isto comporta.
Caros irmãos e irmãs, temos
sempre necessidade de ouvir o Senhor Jesus dizer-nos aquilo que Ele repetia aos
seus amigos: «Não tenhais medo!». Como Simão Pedro e os outros, temos que deixar
que a sua presença e a sua graça transformem o nosso coração, sempre sujeito às
debilidades humanas. Temos que saber reconhecer que perder algo, aliás,
perder-se a si mesmo pelo Deus verdadeiro, o Deus do amor e da vida, é na
realidade ganhar, encontrar-se mais plenamente a si próprio».
PROPOSTA DE CÂNTICOS PARA A MISSA
- com partituras
- Entrada: O Espírito do Senhor - NCT 180
- Salmo: Enviai, Senhor, o Vosso Espírito
- Sequência: Veni Sancte Spiritus - OC p. 265-266
- Comunhão: Espírito Criador - NCT 179
- Pós-Comunhão: Vem, Espírito de Amor - Taizé
- Final: Da Vossa Santa morada - CEC I p. 172-173
CEC I - Cânticos de Entrada e Comunhão, vol. I
NCT - Novo Cantemos Todos
OC - Orar Cantando
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