No Evangelho do XI Domingo do Tempo Comum, encontramos Jesus
a ensinar através de parábolas, comparando o Reino de Deus com a semente que
cresce sem que se perceba. Fala da pequenina semente de mostarda, que ao
germinar transforma-se numa árvore enorme, capaz de acolher muitas aves nos
seus ramos.
Jesus sabia muito bem como adaptar os Seus ensinamentos
através das parábolas, pois desta maneira, as Suas palavras eram facilmente
assimiladas, até mesmo pelo mais humilde dos ouvintes.
Ao comparar as sementes que o semeador lança na terra, que
germinam, crescem e transformam-se em grandes árvores, sem que o agricultor
saiba ou perceba como tudo isso acontece, Jesus quer mostrar que o Reino de
Deus tem o seu ritmo próprio de desenvolvimento, independente da preocupação e
da actividade humana.
Por tudo isso, não importa como irão desenvolver-se as
sementes do Reino que plantarmos. A parte que nos compete é semear. A semente,
sem nós percebermos como, dará o seu fruto, em tempo oportuno, quando Deus
quiser. O nosso trabalho resume-se em anunciar, testemunhar a Fé em Jesus Cristo
e na Sua Igreja e cultivar o amor de Deus nos corações com solos secos,
duros e inférteis. Uma vez plantada, lá no íntimo, a semente do Reino
desenvolver-se-á e frutifica de maneira misteriosa e silenciosa.
Assim, preparar os terrenos para acolher a semente é a parte
mais difícil da nossa tarefa diária. O processo exige conhecimento e um cuidado
especial com o solo. O segredo é eliminar a erva daninha dos corações onde
queremos chegar com o nosso testemunho e adubar com muita oração e confiança em
Deus. Seguindo rigorosamente estas instruções, um dia veremos os frutos.
No nosso dia-a-dia, gostamos muito de ver os resultados das nossas acções. Quando ensinamos alguma coisa que alguém não sabe ou quando ajudamos alguém que está em dificuldades, gostamos de saber se o nosso tempo foi “perdido” ou se, pelo contrário, foi verdadeiramente precioso para aquela pessoa.
Quando trabalhamos pelo Reino de Deus, ou seja, pelo bem da alma do nosso próximo e evangelização nos nossos meios, devemos ter a certeza que a semente plantada não morrerá. Ainda que desanimemos quando não vemos resultados imediatos, sabemos que tudo o que fazemos por amor a Deus vale a pena, pois Ele mesmo cuidará do resto, sem nos apercebermos. Os resultados virão no tempo certo. Virão quando
Nosso Senhor entender e quando for mais proveitoso para as nossas almas.
Podemos dizer, por fim, que esta parábola que Jesus nos
conta é um apelo à esperança e à confiança em Deus. Tenhamos esta certeza: tudo o que fazemos por amor a Jesus e à Igreja
dará os seus frutos.
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