«São João Damasceno, referindo-se
a este mistério numa sua famosa Homilia, afirma: ‘Hoje, a Santa e única Virgem é conduzida
para o templo celeste. Hoje, a Arca
sagrada e animada do Deus Vivo, que trouxe no Seu seio o próprio Artífice,
descansa no Templo do Senhor, não construído por mãos humanas». Era necessário que Aquela que tinha
hospedado no seu ventre o Verbo Divino,
Se transferisse para os tabernáculos do Seu Filho... Era preciso que a Esposa
escolhida pelo Pai, habitasse no quarto nupcial do Céu». (S. João
Damasceno, Homilia II sobre a Dormição).
Hoje, a Igreja canta o amor
imenso de Deus por esta Sua criatura: escolheu-a como verdadeira «Arca da Aliança»,
como Aquela que continua a gerar e a oferecer
Cristo Salvador à humanidade, como Aquela que no Céu compartilha a
plenitude da glória e goza da mesma felicidade de Deus e, ao mesmo tempo,
convida-nos a tornar-nos, também a nós do nosso modo modesto, «Arca» em que
está presente a Palavra de Deus, que é transformada e vivificada pela Sua
presença, lugar da presença de Deus, a
fim de que os homens possam encontrar nos outros homens a proximidade de Deus
e, desta forma, viver em comunhão com Deus e conhecer a realidade do Céu.
Estamos a falar de Maria, mas num
certo sentido estamos a falar também de nós, de cada um de nós: também nós
somos destinatários daquele amor imenso que Deus nos reservou — sem dúvida, de
uma maneira absolutamente singular e irrepetível — a Maria.
Nesta solenidade da Assunção,
olhemos para Maria: Ela abre-nos à
esperança, a um futuro cheio de alegria e ensina-nos o caminho para o alcançar:
acolher o Seu Filho na Fé; nunca perder a amizade com Ele, mas deixar-nos
iluminar e orientar pela Sua palavra; segui-Lo todos os dias, mesmo nos
momentos em que sentimos que as nossas cruzes se tornam pesadas.
Maria, a Arca da Aliança que Se
encontra no santuário do Céu, indica-nos com clareza resplandecente que estamos
a caminho rumo à nossa verdadeira Casa, a comunhão de alegria e de paz com
Deus. Amén!»
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