Maria deve ser chamada e é verdadeiramente a nossa Mãe
espiritual. Não é por acaso que os devotos de Maria A chamam de Mãe e parece
que não sabem invocá-La com outro nome, nem se fartam de chamá-La Mãe.
Esta grande Mãe, pelo seu amor gerou-nos, primeiro quando
consentiu em que o Verbo Eterno Se fizesse Seu filho, porque desde então Ela
pediu a Deus a nossa salvação, e de tal maneira a procurou, que bem se pode
dizer que desde então nos trouxe no Seu ventre como Mãe amorosíssima.
O outro tempo em que Maria nos deu à luz, foi quando também
consentiu com toda a sua vontade, que o Seu Filho morresse por nós, para que
tivéssemos vida, fazendo o doloroso sacrifício no Calvário. E isto quis
exactamente dizer nosso Salvador, quando, antes de expirar, olhando para a Sua
Mãe e para o discípulo predilecto, lhe disse:
«Mulher, eis aí teu filho». Como se lhe dissesse: "Eis aí o homem
que em consequência da oferta que fazes da minha vida pela sua salvação, já
nasce para a graça; eu Te declaro sua mãe."
Alegrai-vos todos os que sois filhos de Maria! E que temor
tendes de vos perder, quando esta Mãe vos defende e protege? Eis que ela nos
chama e nos convida para junto de Si!
As crianças têm sempre na boca o nome da mãe; em qualquer
perigo que se vejam, logo se lhes ouve levantar a voz e dizer: Mãe, Mãe! É isto
exactamente o que a Virgem deseja de nós. Ela quer salvar-nos, como já tem
salvado tantos filhos Seus. Por isso quer que, como as crianças, que nunca nos
afastemos do Seu lado e A invoquemos em todos os perigos.
Ó minha Mãe Santíssima, como é possível que, tendo mãe tão
santa, seja eu tão perverso! Tendo uma Mãe tão abrasada no amor de Deus, tenha
eu de amar as criaturas...e tendo uma Mãe tão rica de virtudes, seja eu tão
pobre? Ó Mãe Santíssima, não mereço mais, é verdade, ser digno de me chamar
Vosso filho. Basta-me ser admitido no número de Vossos servos. Mas não me
proibais de Vos chamar também minha Mãe.
O Vosso nome de Mãe consola-me! Minha Mãe, minha Mãe
Santíssima! Assim Vos chamo e Vos quero sempre chamar. Depois de Deus, deveis ser Vós a minha esperança, o meu refúgio e meu amor, enquanto estiver
neste vale de lágrimas. É assim que espero morrer, entregando a minha alma
entre as Vossas mãos benditas e dizendo-vos: Ó minha Mãe, ó Maria, minha Mãe,
ajudai-me e tende compaixão de mim!
(Santo Afonso Maria de Ligório. Meditações: Para todos os Dias
e Festas do Ano)
Sem comentários:
Enviar um comentário