No Domingo após a Solenidade
da Epifania, a Igreja celebra o Baptismo do Senhor, encerrando assim o ciclo das
festas em que lembramos a manifestação do Senhor.
No Evangelho, São Lucas relata
como era o baptismo que João pregava. A mensagem que João proclamava estava centrada na urgência de conversão, pois, na sua opinião, estava iminente a intervenção definitiva de Deus na história para destruir o mal.
Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus
quis submeter-se a esse rito tal como se submetera a todas as outras
observâncias da lei de Moisés. O Senhor desejou ser baptizado, diz Santo Agostinho,
“para proclamar com a Sua humildade o que para nós era uma necessidade”.
Com o Baptismo de Jesus, ficou
preparado o Baptismo cristão, directamente instituído por Jesus Cristo e
imposto por Ele como lei universal no dia da sua Ascensão: «Todo poder me foi
dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos,
baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.»
Pelo Baptismo, cada um de nós
torna-se filho bem-amado de Deus Pai, em Jesus Cristo, pelo Espírito Santo. A
Trindade Santíssima vem morar no nosso coração e é-nos dada a graça e a fé,
bens necessários para a salvação eterna.
Antes de recebermos o Baptismo,
todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada. Com o Baptismo, temos
como que o "bilhete" para ir para junto de Deus. No entanto, não
basta termos um bilhete para estarmos certos que fazemos determinada viagem. É
preciso estar preparado. É preciso uma mudança de vida, tal como João Baptista
proclamava.
São Leão Magno dizia: "Graças
ao sacramento do Baptismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te
passe pela cabeça afugentar com as tuas más acções um hóspede tão nobre, nem
voltar a submeter-te à servidão do demónio, porque o teu preço é o sangue de
Cristo.”
Cada vez mais, vemos que os
pais vão deixando para os seus filhos o "direito" de decidir se
querem ou não ser baptizados. Desde sempre que a Igreja pediu aos pais que baptizassem
os seus filhos o quanto antes. Não se trata de atentar contra a liberdade da
criança, da mesma forma que alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando ela própria
não pode pedir esses bens não é atentar contra a sua vontade.
Todas as crianças têm o
direito de receber o Baptismo. Mais do que uma festa com mais ou menos
convidados, mais que um dia especial, ao Baptizar o filho, os pais estão a
possibilitar-lhe o dom da fé e a salvação da alma do seu filho.
Peçamos à Santíssima Virgem
que nos obtenha de Seu Filho Jesus Cristo um coração limpo e um espírito puro,
para darmos testemunho verdadeiro da Fé recebida no nosso Baptismo e para
sermos fiéis às promessas outrora feitas pelos nossos pais e padrinhos.
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