Há 96 anos, no dia de hoje,
Lúcia, Francisco e Jacinta, os Pastorinhos de Fátima respondiam ao apelo feito
pela "Senhora mais brilhante que o
sol" no mês anterior e dirigiam-se para a Cova da Iria para junto da
pequena azinheira na qual Nossa Senhora lhes tinha aparecido no mês de Maio.
Poucos dias após a primeira
aparição, a vida destas três crianças mudou drasticamente devido ao cepticismo
e desconfiança de alguns familiares e vizinhos que negavam ser possível a Virgem
Maria lhes ter aparecido. A senhora Maria Rosa, mãe da Lúcia, lamentava-se
dizendo: "eu que andava sempre com
cuidados de não em dizerem mentiras e agora aquela aparece-me com uma mentira
destas".
De facto, a notícia espalhou-se
rapidamente e muitos troçavam dos três pequenos, mas no dia 13 de Junho de
1917, à hora marcada, lá estavam junto da pequena azinheira e com eles, cerca
de meia centena de curiosos que queria perceber do que se tratava e se de facto
falavam verdade ou não.
À pergunta da Lúcia "o que é que vocemessê mequer?",
a Mãe do Céu diz-lhe: «Quero que venhais
aqui no dia treze do mês que vem e que rezeis o Terço intercalando entre os
mistérios a jaculatória: 'Meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do
inferno; levai as almas todas para o Céu, especialmente as que mais
precisarem'».
Deste pedido da Celeste
Mensageira nasce o grande amor dos três pequenos pela oração e súplica pela conversão dos pecadores. Como estas
crianças devíamos também nós ganhar o hábito de rezar por esta intenção tão
especial. Mais tarde, Nossa Senhora diz à Lúcia que há muitas almas que vão
para o Inferno porque não há quem peça por elas.
De facto, com o relativismo que
se vive actualmente, a par do egocentrismo e de uma sociedade cujo centro é o
Homem, põe-se de parte as verdades eternas, a noção de que um dia, após a nossa
morte e o nosso juízo, teremos duas opções: a salvação eterna ou a morte eterna.
Ao rezar pela conversão dos
pecadores, estamos a fazer presente um dos dogmas da Fé da Santa Igreja: a comunhão dos santos. Com esta oração
cada um de nós toma consciência de que não só tem responsabilidade para com os
outros nas relações humanos como também nas oração. E esta oração e este desejo
da conversão dos pecadores pode auxiliar muitas almas a se converterem e a
encaminharem-se para a vida eterna.
Nossa Senhora, antes de mostrar
aos Seus três pequenos arautos a luz imensa que é Deus e o Seu Imaculado
Coração diz à Lúcia que levaria para o céu os seus primos muito em breve, «mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer
servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a
devoção ao meu Imaculado Coração».
Coube à pequena Lúcia, com o
amparo maternal do Coração de Maria que foi sempre para ela o seu «refúgio e caminho até Deus», fazer
conhecer esta devoção ao Imaculado Coração da Virgem Santíssima durante toda a sua vida. E de facto, que grande anunciadora da mensagem de Mãe Imaculada.
Na mensagem que Nossa Senhora
deixa aos três pequenos, 'Jesus quer'
estabelecer esta devoção. De facto, como diz o Papa Paulo VI na sua Exortação
Apostólica Marialis cultus: «o culto da
bem-aventurada Virgem Maria tem a sua suprema razão de ser na insondável e
livre vontade de Deus, que, sendo a eterna e divina Caridade (cf.1Jo 4,7-8.16),
realiza todas as coisas segundo um plano de amor: amou-a e fez-lhe grandes
coisas (cf. Lc 1,49), amou-a por causa de si mesmo e por causa de nós e, deu-a
a si mesmo e no-la deu a nós.»
Procuremos neste dia dedicado a
Nossa Senhora, fazer presente na nossa oração e na nossa vida os dois
principais aspectos principais que a Virgem comunicou aos três pastorinhos há 96
anos atrás: rezar pela conversão dos
pecadores e reparar o seu Imaculado
Coração por todos os pecados com que é diariamente ofendido e ultrajado.
Recursos: 'Memórias' da Irmã Lúcia.
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