Acabou o negócio das bênçãos
apostólicas em pergaminho. A partir de agora, os recém-casados não poderão
obter nas lojas o valorizado papel, marcado com o selo da Esmolaria Vaticana,
com a bênção do Papa. Terão de solicitar a bênção – a partir de agora este será o
único caminho – directamente à Esmolaria Vaticana. Esta dedicará exclusivamente
aos pobres o lucro das vendas.
A decisão vem do Papa
Francisco (concluindo um processo empreendido há quatro anos por
Bento XVI). Isso provocou a insatisfação das dezenas de lojas de lembranças em redor do Vaticano, que se vêem prejudicadas, depois de várias décadas de
comércio lucrativo.
Cada pergaminho era vendido
(em ocasiões como Baptismos, Comunhões, Matrimónios, etc.) entre 10 e 50 euros (ou
até mais), quando, na realidade, o custo original é de menos de 10 euros; e
somente esses 10 euros eram devolvidos à Esmolaria Vaticana. Isso permitia aos vendedores do templo obter um lucro de mais de
20 mil euros por mês.
Actualmente, bastam poucos
cliques para fazer a petição online da bênção apostólica, motivo pelo qual a
colaboração dos intermediários já não é mais necessária.
A vontade do Papa, que quer “uma
Igreja pobre para os pobres”, é ajudar sobretudo aos mais carentes. Nos últimos
dois meses, graças ao lucro obtido com a comercialização das bênçãos em
pergaminho, o seu esmoleiro pôde distribuir 200 mil euros a pessoas em
dificuldade, ajudando-as a pagar contas e aluguer.
Ao retomar o monopólio, a
Santa Sé espera fazer muito mais que isso.
Para solicitar uma bênção do
Papa, basta acessar a Esmolaria Apostólica.